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POLITÍCA NACIONAL

Após reunião com Fux, comissão reforça busca de repactuação dos acordos da tragédia de Mariana

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A comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha a repactuação dos acordos em relação ao crime socioambiental de Mariana (MG) entregou formalmente ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta quarta-feira (29) as primeiras reivindicações dos atingidos pelo rompimento da barragem do Fundão, ocorrido em 2015.

Desde o ano passado, o CNJ busca novos acordos diante do fracasso da reparação de danos socioambientais e econômicos a cargo da Fundação Renova, criada pelas três mineradoras responsáveis pela tragédia que causou 19 mortes e degradação ao longo do Rio Doce, entre Minas Gerais e Espírito Santo.

Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
Discussão e votação de propostas. Dep. Rogério Correia PT - MG
Rogério Correia confirmou expectativa de conclusão da repactuação até agosto

A comissão da Câmara funciona como interlocutora dos atingidos e já teve várias reuniões com conselheiros do CNJ, mas, desta vez, o encontro foi com o presidente do conselho, ministro Luiz Fux, que também presidente o Supremo Tribunal Federal.

O coordenador da comissão, deputado Rogério Correia (PT-MG), relatou a conversa e confirmou a expectativa de conclusão da repactuação até agosto.

“Infelizmente, Vale, Samarco e BHP Billinton não deram conta de resolver minimamente os problemas. Dissemos a Fux claramente: ‘ministro, até hoje, não foram construídas casas para as pessoas morarem, estão morando de aluguel’”, disse Correia. “Mostramos ao ministro a filmagem da nossa diligência em Minas Gerais: quando há enchente, os blocos de concreto [no leito do Rio Doce] são praticamente blocos de rejeito de minério de ferro que impedem a água de chegar ao solo. As pessoas não podem produzir: o que tem ali é minério, que vem das enchentes. Mostramos, portanto, um quadro alarmante, e o ministro pretende finalizar esse acordo até agosto”, acrescentou.

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Reivindicações
Correia se reuniu com Fux juntamente com o relator da comissão, deputado Helder Salomão (PT-ES), e o deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), além de representantes do Fórum Permanente em Defesa do Rio Doce e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Entre outros pontos, eles defendem que a repactuação garanta aos atingidos um programa de transferência de renda, um fundo popular para financiar projetos coletivos nas comunidades afetadas, a descontaminação e a revitalização de todas as áreas que ainda apresentam lama tóxica de minério de ferro, além de um programa de saúde para diagnóstico, monitoramento e prevenção de doenças decorrentes da contaminação do Rio Doce.

Próximos passos
Enquanto aguarda o avanço no processo de repactuação, a comissão externa prepara novas atividades em abril. Rogério Correia quer contar, inclusive, com experiências bem-sucedidas em torno da reparação de outro crime socioambiental, o de Brumadinho, que deixou mais de 270 mortos e destruição pelo Rio Paraopeba após o rompimento de uma barragem da Vale, em 2019.

“Agora, vamos ouvir também os prefeitos para saber a situação dos municípios. Vamos escutar ainda assessorias técnicas de Brumadinho, que é uma experiência que está dando certo. E também faremos novas diligências. Em meados de abril, vamos receber dos atingidos um documento mais definitivo de suas reivindicações”, informou o coordenador.

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Correia confirmou que o relatório da comissão externa sobre a repactuação dos acordos de Mariana será divulgado no início de maio.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Marcelo Oliveira

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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