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Literatura infantil é inspiração para escolas de samba em São Paulo
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No carnaval de São Paulo deste ano, a literatura infantil será inspiração para duas escolas do grupo especial, as quais desfilam nos próximos dias 22 e 23 de abril. As agremiações Tom Maior e Colorado do Brás trazem para a avenida elementos e histórias do universo das crianças. Para a coordenadora de Engajamento Social e Leitura do Itaú Social, Dianne Melo, o mundo de fantasias do carnaval pode ser uma forma interessante de estimular a leitura e a imaginação entre os pequenos.
“O carnaval – assim como a literatura, que traz para criança essa possibilidade da imaginação, da fantasia –, por ser uma festa popular, e aqui estamos falando das escolas de samba, que nos contam uma história, traz uma narrativa. Quando essas escolas trazem temas que são do universo da literatura, seja por um autor homenageado ou por histórias que já foram contadas por meio dos livros, é uma oportunidade que nós adultos temos de conversar sobre isso com as crianças”, propõe a coordenadora.
Dianne disse que desde os primeiros anos de vida, até mesmo na gestação, a leitura promove ganhos de desenvolvimento integral, passando por aspectos cognitivos, linguísticos, mas também os aspectos afetivos. “A questão de aproximação, de vínculo, com esse adulto que está ali disponível lendo uma história com ela [criança], conversando sobre aquela história. Acaba sendo uma atividade muito importante na primeira infância, sobretudo, para o estabelecimento de vínculos e desenvolvimento dessa criança”, aponta.
Samba-enredo
O enredo da Tom Maior junta as reflexões do livro O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, à realidade do sertão nordestino. “O Pequeno Príncipe no Sertão” é o nome do enredo que será desenvolvido pelo carnavalesco Flávio Campello. A ideia é manter a mensagem original da obra, mas com adaptações que trazem os personagens e as cores do Nordeste brasileiro. A escola entra no sambódromo na sexta-feira (22), à 1h45.
Também na sexta-feira, às 23h45, a Colorado do Brás traz para a avenida a história da escritora negra Carolina Maria de Jesus, autora do livro “Quarto de Despejo: diário de uma favelada”. “Carolina: A Cinderela Negra do Canindé” é o nome do samba-enredo da autora, que também produziu obras infantis.
No grupo de acesso 2, a escola Dom Bosco de Itaquera enaltece as formas de saber por meio do enredo “O Alimento da Alma é o Dom do conhecimento”.
“Que bom que o carnaval também nos relembra de tantas histórias que fizeram parte da nossa vida, da nossa infância e que nos acompanham até hoje”, comemora. Dianne lembra que uma boa mediação de leitura ocorre quando as crianças têm abertura para questionar. “Ao assistirem aos desfiles junto com as famílias, que a criança tenha essa oportunidade de fazer perguntas e, muitas vezes, os adultos também não vão saber responder, assim como na literatura, mas essa oportunidade do diálogo, de sair desse lugar-comum, de não receber tudo pronto, essa capacidade de imaginar ativa é muito importante”, destaca a coordenadora.
Edição: Fábio Massalli


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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