Search
Close this search box.
CUIABÁ

BRASIL

Caminhos da Reportagem resgata tradições e heranças negras no Brasil

Publicados

BRASIL

Há 134 anos, a escravidão no Brasil era abolida. O país foi o local na América que mais recebeu negros cativos: 4,86 milhões de africanos escravizados, entre os séculos 16 e 19, segundo o Banco de Dados do Comércio Transatlântico de Escravos, que contém informações de mais de 35 mil viagens de navios negreiros. Mas até hoje, a escravidão ainda ecoa na sociedade brasileira. Na semana em que se lembra esse período do país, o Caminhos da Reportagem traz um pouco da história e das consequências para o país, com o episódio A luta pela abolição, produzido pela TV Feira, parceira da TV Brasil. O programa vai ao ar neste domingo (15), às 22h.

Os principais pontos de partida de um negro escravizado que chegava no Brasil eram Rio de Janeiro e Salvador. Locais onde até hoje a cultura afrodescendente é forte. Na Bahia, muitos negros foram levados para o interior, para cidades como Feira de Santana. Foi lá que Lucas da Feira, um escravo fugitivo, fez história. Precursor do cangaço, formou um bando que aterrorizou a região e ousou a desafiar o sistema da época para viver em liberdade.

Leia Também:  Exposição em São Paulo mostra fotografias da Primeira República

Lucas acabou sendo preso pela polícia e morto enforcado em 1849. Mas ainda é uma figura que simboliza em Feira de Santana a rebelião contra o sistema escravocrata. “Eles estavam lutando contra uma estrutura violenta e essa era uma reação a essa estrutura, que tentou tirar dele o direito de ser humano e de ser livre”, explica a historiadora Eliane de Jesus Costa.

Na história pela liberdade, também entram os quilombos, sempre lembrados pelo icônico Quilombo dos Palmares, liderado por Zumbi, que chegou a reunir 20 mil escravos fugidos no interior de Alagoas. A historiadora Railma dos Santos veio de uma comunidade remanescente de quilombo, na Bahia, e explica que várias tradições saíram desses locais. “São tradições que perpassam a escravidão e a experiência negra rural do Brasil, como o samba de roda, a bata do feijão, entre outros”, conta.

Quando houve a abolição da escravatura, havia uma expectativa por parte da população negra de inclusão social. E não foi o que aconteceu. Mas a partir daí, também começou a surgir um movimento negro de ajuda aos negros. Prova disso é a Irmandade dos Homens Pretos, de Salvador, que foi responsável pela construção da Igreja do Rosário dos Pretos, símbolo do sincretismo religioso no Pelourinho, em Salvador.

Leia Também:  Ex-ministro da Educação passará por audiência de custódia em SP

Antes mesmo da abolição, a Irmandade já se movimentava para dar apoio à comunidade negra. “A irmandade começa a angariar fundos para comprar a liberdade de negros escravizados e também para poder cuidar do sepultamento deles”, explica William Justo, primeiro-secretário da Irmandade, que existe até hoje.

É herança desse tempo também a capoeira, uma mistura de dança, luta, artes marciais e música. Da proibição, nos tempos da escravidão, para Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, da UNESCO, a capoeira acompanhou a luta pela liberdade dos negros no país. E hoje, para o mestre de capoeira Ronaldo Santos Rosa, é uma grande propaganda para o Brasil lá fora: “é o maior agente de língua portuguesa, eu já vi um japonês, no Japão, cantando em português porque praticava capoeira”.

O Caminhos da Reportagem produzido pela TV Feira, A luta pela abolição, vai ao ar neste domingo, às 22h, na TV Brasil.

Fonte: EBC Geral

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

BRASIL

Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

Publicados

em

A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

Leia Também:  Hoje é Dia: semana da Independência celebra 100 anos da Rádio MEC

“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

Leia Também:  Últimas chuvas deixaram pelo menos 19 mortos no Rio

Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA