POLITÍCA NACIONAL
Deputados reclamam da ausência do governo em audiência pública sobre o INSS
POLITÍCA NACIONAL

Integrantes da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados reclamaram da ausência dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Trabalho e Previdência Social, José Carlos Oliveira, em audiência pública realizada nesta terça-feira (17) sobre as condições de trabalho no INSS. Ruy Carneiro (PSC-PB), um dos deputados que sugeriram a realização do debate, reclamou que os ministros e o presidente do INSS, Guilherme Serrano, nem sequer mandaram representantes.
“Não acredito que não tenha dentro do ministério, dentro do INSS, nenhuma pessoa que pudessem representá-los neste tema. Isso, para mim, como homem público, é uma vergonha, uma decepção”, criticou.
Agora, Carneiro e o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) pretendem criar uma comissão para ir aos ministérios e exigir a presença do governo nas audiências. Na semana passada, também não foram enviados representantes para uma reunião sobre o mesmo tema na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público.
Greve e teletrabalho
Os servidores do INSS estão em greve há quase dois meses e denunciam que a fila de quase 2 milhões de segurados em busca de benefícios se deve à redução de quase 50% no pessoal efetivo desde 2015. Os últimos equipamentos adquiridos pelo órgão também seriam de 2015 e estariam funcionando com softwares defasados.
Vilma Ramos, do Consórcio de Sindicatos da Seguridade Social, disse aos deputados que os servidores, sem reajuste há cinco anos, estão em sua maioria em teletrabalho por metas de produção. Ela afirma que o teletrabalho é ruim porque os servidores têm que comprar equipamentos e não têm descontos em metas de produção quando o sistema sai do ar ou em situações de licença de saúde.
“Um servidor do INSS quando tira uma licença médica de um dia ou dois dias, e ele trabalha em casa por meta, a meta dele não é deduzida. Uma questão extremamente ilegal, porque a licença para tratamento de saúde é uma questão que está na Lei 8.112/90 e na própria CLT”, reclama Vilma.
Outros sindicalistas presentes à audiência disseram que o atendimento presencial é importante para o cidadão, que tem pouca familiaridade com sistemas digitais, e que a automação tem gerado mais indeferimentos de benefícios. Alexandro Gonçalves, do Sindisprev do Rio Grande do Sul, disse que as pessoas acabam pagando intermediários para abrir os requerimentos digitais.
Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Natalia Doederlein


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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