MATO GROSSO
Oficina de costura garante ressocialização de reeducandos da Penitenciária de Sinop
MATO GROSSO
Mais de 700 peças de uniformes escolares são produzidas diariamente por recuperandos, em uma oficina de corte, costura e serigrafia na Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira (Ferrugem), em Sinop (480 km de Cuiabá). A produção é apenas parte de uma das atividades desempenhadas por 146 internos, que buscam no trabalho uma forma de construir um futuro distante do crime.
Somente na oficina, 19 reeducandos, sendo três na serigrafia, têm a oportunidade de trabalhar na produção de uniformes, participando de todo o processo de produção das peças. Eles recebem o treinamento necessário, que vai desde o corte, a impressão da marca no tecido, até os diferentes modelos de costuras.
O trabalho garante a ressocialização dos recuperandos, que buscam, na oficina e em outras atividades de trabalho, uma forma de tornar o cumprimento da sua pena menos doloroso e ainda auxiliar na reinserção do reeducando à sociedade e ao mercado de trabalho, após ganhar a liberdade.
O secretário-adjunto de Administração Penitenciária, Jean Gonçalves, destacou que este é o papel do Estado – apoiar a pessoa em conflito com a lei a encontrar seu papel na sociedade. “Ofertando trabalho aos internos, estamos promovendo dignidade e dando uma oportunidade de reconstrução de sua vida, como cidadão, no seio da sociedade”.
Neste sentido, a ressocialização do recuperando significa uma pessoa a menos nos presídios. “Importante destacar que qualificação profissional e educação são fundamentais para que o reeducando se encaixe no mercado de trabalho, não volte a praticar crimes e evite ser preso novamente” lembrou Jean Gonçalves.
É o caso de Elionai Alves, que participa da oficina. Ele disse que a oportunidade de trabalho é como um presente em sua vida. “Hoje, posso dizer que sou um profissional nesta área. Quando eu estiver lá fora, posso montar a minha própria malharia e viver dela. Posso ajudar a minha família com uma renda e até ensinar outras pessoas que querem aprender”.
A produção é intensa e diária. Durante a pandemia, os reeducandos produziram mais de 35 mil aventais hospitalares, atendendo aos municípios da região. Somente para a Prefeitura de Nova Mutum (242 km de Cuiabá), foram produzidos 9,5 mil kits de uniformes em menos de dois meses. Também são produzidos os uniformes da própria polícia penal.
A oficina é estruturada com 25 mesas, com máquinas de costura de diferentes modelos, entre elas overlock, dois berços térmicos e quatro mesas gravadoras. A oficina foi montada com recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), com apoio do Conselho da Comunidade do município e da Comarca da Justiça Estadual de Sinop.
Fonte: GOV MT


MATO GROSSO
Débora Guerra defende saúde como eixo da sustentabilidade na Amazônia: “A formação médica precisa estar enraizada no território”

Com a proximidade da COP 30, a Amazônia se torna, mais do que nunca, protagonista nos debates globais sobre clima, sustentabilidade e justiça social. Para Débora Guerra, CEO da Trivento Educação, instituição presente há mais de oito anos em Altamira (PA), esse cenário exige um novo olhar sobre a formação médica. “A saúde precisa ser compreendida como parte do ecossistema amazônico, e não apenas como um serviço”, afirma.
Débora destaca que a Trivento atua com um currículo médico voltado para as especificidades da região. “Trabalhamos com temas como doenças tropicais, saúde indígena, medicina de emergência e telemedicina. A ideia é que o estudante compreenda a realidade da Amazônia e atue dentro dela, criando vínculos com a população e enfrentando os desafios locais com conhecimento e sensibilidade cultural”, ressalta.
Para além da formação acadêmica, a proposta da Trivento busca consolidar programas de residência e estágios na própria região, incentivando os futuros médicos a permanecerem no território após a graduação. “A carência de profissionais especializados é um problema histórico em cidades como Altamira e em todo o Xingu. Formar médicos que compreendam as condições de vida locais é estratégico para transformar esse cenário”, enfatiza Guerra.
Débora também defende o incentivo à interdisciplinaridade e ao trabalho em rede, fundamentais para o atendimento em áreas de difícil acesso. “O médico amazônico muitas vezes atua em contextos extremos, com poucos recursos e em articulação com equipes multiprofissionais. Por isso, nossa formação é integral, adaptada às realidades e aliada a políticas de valorização profissional”, explica.
Em diálogo com a COP 30, Débora propõe uma agenda que reconheça a saúde como parte essencial das dinâmicas socioambientais. “A saúde é determinante e consequência do meio ambiente. A degradação ambiental impacta diretamente a vida de indígenas, ribeirinhos e populações vulneráveis”, diz. A proposta da Trivento inclui investir em pesquisas interdisciplinares, com base científica robusta, e defender políticas públicas que integrem saúde, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Entre as propostas, estão a ampliação do uso de energias renováveis, a telemedicina como ponte entre Altamira e grandes centros médicos, e modelos de atenção primária que respeitem o contexto cultural e territorial. “Não é apenas sobre levar atendimento, mas sobre como esse atendimento se dá, com respeito ao modo de vida local e menor impacto ambiental”, ressalta.
Débora reforça que a Amazônia precisa ser ouvida nos fóruns multilaterais. “A perspectiva amazônica tem que ser reconhecida como central no debate global sobre saúde e clima. E isso só é possível com protagonismo das comunidades locais, que carregam saberes fundamentais para a construção de soluções sustentáveis”, pontua.
A formação médica contextualizada é um passo decisivo rumo a um futuro em que saúde, ambiente e justiça social caminhem juntos. “A Amazônia não é um obstáculo, é uma potência. E formar médicos que enxerguem isso é transformar o cuidado em instrumento de desenvolvimento”, finaliza.
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