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OAB propõe expansão e qualificação da produção de metas nacionais do Judiciário

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O Conselho Federal da OAB e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) se reuniram, na quinta-feira (6/10), para aprofundar os debates sobre as metas do Judiciário para 2023. O encontro foi idealizado pelo presidente Beto Simonetti e pelos conselheiros representantes da advocacia, Marcello Terto e Marcos Vinícius Jardim, e foi prontamente acolhido pela ministra Rosa Weber, que assumiu o CNJ no final de setembro. O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) também esteve presente.

As duas instituições vinham pensado em formas de incluir ativamente a advocacia no processo de elaboração das metas. “A advocacia é indispensável à administração da Justiça. Temos o objetivo de garantir a efetiva participação da sociedade, com o propósito de dar maior visibilidade à Consulta Pública e de verificar formas concretas de participação da advocacia na elaboração, avaliação e revisão das Metas para 2023”, defendeu o presidente da OAB Nacional, Simonetti.

Desta segunda-feira (10/10) até 23/10, o CNJ manterá aberta consulta pública sobre as propostas. Os interessados podem acessar o formulário disponível no Portal do CNJ. As sugestões da advocacia ajudarão a consolidar as metas finais que serão levadas ao 16º Encontro Nacional do Poder Judiciário, em 21 e 22 de novembro em Brasília. No final do questionário, haverá ainda espaço para que os participantes sugiram novas metas que serão consideradas para 2024.

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Por meio da consulta, a advocacia pode propor temas importantes ao dia a dia das advogadas e advogados. Para Marcello Terto, o processo confere transparência e legitimidade às metas. “As proposições de novas metas podem estar relacionadas a diversos temas, desde a qualidade do atendimento à proibição de se usar 100 dias para a expedição de atos de mero expediente e medidas de resolução do grave gargalo na fase de cumprimento de sentença”, disse. 

Terto destaca que a proposta foi concebida ainda em agosto, o Mês da Advocacia, quando o presidente nacional do CFOAB sublinhou a importância da máxima exploração dos espaços de democratização das bases de boa governança dos tribunais. Na primeira reunião sobre o assunto, no CNJ, as instituições debateram aspectos relacionados à metodologia de elaboração, avaliação e revisão das metas.

Metas qualitativas

Para este ano, são 12 metas. A primeira e permanente recomenda que juízes julguem mais processos que os distribuídos. Há ainda a indicação para julgar os processos mais antigos, estimular a conciliação, priorizar processos relativos aos crimes contra a Administração Pública, à improbidade administrativa e aos ilícitos eleitorais, ações coletivas, dos recursos repetitivos (STJ), casos de feminicídio e violência doméstica e familiar (Justiça Estadual), reduzir a taxa de congestionamento (mede o percentual de processos que ficaram parados sem solução, em relação ao total tramitado no período de um ano), estimular a inovação no Judiciário e promover a transformação digital, Justiça 4.0.

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Essas metas, hoje, são, predominantemente quantitativas. Na avaliação de Beto Simonetti, a advocacia pode contribuir com aspectos qualitativos, amparada no olhar do jurisdicionado sobre o funcionamento da Justiça. “O que me preocupa é que pode ser que, para atingir as metas, os juízes julguem olhando para a quantidade. É interessante pensar em metas novas, ou elaborar melhor as já estabelecidas para não perder de vista a qualidade em cada área do direito, em nome do jurisdicionado”, enfatizou.

Para o decano do Conselho Federal da OAB, Felipe Sarmento, que esteve no encontro, é fundamental que a Ordem compreenda o que o Judiciário estabelece como prioridade todos os anos. “Hoje, de forma embrionária e cooperativa, queremos iniciar um diálogo com o CNJ nesse sentido. É eficiente escrutinar algumas práticas jurisdicionais que só os advogados, os jurisdicionados e os servidores que estão no dia a dia dos fóruns são capazes de informar de forma fidedigna. Existem nuances que acabam marginalizadas”, pontuou.

Confira aqui o formulário disponível no Portal do CNJ e faça sua contribuição para o aprimoramento do Judiciário. 

Fonte: OAB Nacional

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CNJ identifica ‘esquema organizado de venda de decisões’ envolvendo desembargador e Zampieri

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A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável por administrar e fiscalizar o Poder Judiciário, recebeu o desembargador Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, levantando suspeitas de venda de decisões judiciais e pagamentos realizados via PIX e até em barras de ouro. Sebastião de Moraes Filho foi afastado de suas funções em agosto enquanto o CNJ investiga a possibilidade de ele ter recebido propinas em troca de decisões.

O caso também é alvo de um inquérito criminal e foi considerado de tal gravidade que o ministro Luís Felipe Salomão, então corregedor do CNJ, levou a questão ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do conselho, para uma solução em conjunto. “Evidenciam-se elementos suficientes para recomendar o afastamento do magistrado, na medida em que não é possível que o desembargador permaneça em atuação em unidade tão sensível, como é um gabinete de segundo grau de câmara de direito privado”, diz um trecho da decisão , referendada pelo plenário do CNJ.

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Conversas obtidas no celular do advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023, na porta de seu escritório em Cuiabá, colocaram o desembargador na mira do CNJ. Ao todo, eles trocaram 768 mensagens entre 14 de junho de 2023 e 5 de dezembro de 2023, revelando uma relação próxima, com trocas sobre futebol e viagens, além de livre acesso ao gabinete do desembargador.

As mensagens também indicam a influência do advogado no trabalho do magistrado e o pagamento de propinas para decisões desenvolvidas aos clientes de Zampieri. Em uma das conversas, o advogado afirma que “o Pix está errado, estornou o valor”. “Tente mandar o Pix correto que faço agora”, acrescenta.

Cinco dias depois, informa que “o pagamento da sobrinha foi feito”, anexa um comprovante de transferência de R$ 10 mil e solicita o adiamento de um julgamento. Em outubro, Zampieri menciona ter alcançado “um contrato muito bom para o Mauro” e continua: “O senhor vai ficar feliz com o contrato que consegui para ele”. Mauro, segunda suspeita do CNJ, é o advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes, filho do desembargador. Em outra mensagem, o advogado envia ao magistrado uma imagem de duas barras de ouro, de 400 gramas, que foram usadas como pagamento de propinas.

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