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G10 Favelas quer mostrar potência de comunidades periféricas

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O G10 Favelas – bloco de líderes e empreendedores de impacto social das favelas – preparou uma programação especial para hoje (4), data em que se comemora o Dia da Favela.

Em Paraisópolis, na zona sul da cidade de São Paulo, o dia começou com a Feira de Empregabilidade, realizada pelo Emprega Comunidades, negócio de impacto social que tem como objetivo ser a ponte entre o empregador e o empregado da comunidade. A iniciativa é conhecida como o LinkedIn da Favela.

O jovem André Arcelino, de 21 anos, está desempregado há um ano. Ele foi até a feira para se inscrever para uma vaga na área de alimentação. “Já fui gerente de rede de fast-food, já tenho experiência e espero encontrar novamente uma vaga na minha área”. O atendimento da feira segue até as 16h.

Para o presidente do G10 Favelas, Gilson Rodrigues, a data de hoje serve para celebrar a potência da favela. “É um dia de celebração para mostrar um novo olhar sobre a favela. Em vez da favela carente, marginal e violenta, uma favela potente, ativa economicamente, que precisa de investimentos para poder se desenvolver e que sabe o que quer”, destacou.

“A gente fala sempre que é você quem decide aonde quer chegar e temos mostrado, a partir das iniciativas do G10,  que isso é possível com inovação e iniciativas de impacto social que transformam a vida. É uma data que nós queremos que fique cada vez mais no calendário das favelas do Brasil como de celebração e de mostrar esse novo olhar, principalmente nesse momento em que as favelas foram tão marginalizadas no processo eleitoral, foram posicionados numa situação tão violenta. que possamos mostrar esse outro lado: organizado, pacífico e que precisa de investigação para se transformar”.

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Empreendedorismo

Na programação, haverá também a roda de conversa “Potência das Favelas: Empreendedorismo nas favelas como motor de desenvolvimento”, às 16h, com a participação de líderes das favelas do Brasil e com o gerente de movimentação e instalação do Banco 24Horas para falar sobre o empreendedorismo nas comunidades, além de empresas e parceiros que contribuem com o crescimento econômico nesses territórios.

Educação financeira

Pela manhã, o jovem Murilo Duarte, 27 anos, um dos criadores do projeto Favelado Investidor, esteve no evento para discutir finanças e investimento de fácil acesso durante um workshop. 

“O principal ensinamento é mostrar que, dentro da favela, a pessoa tem a oportunidade de vários caminhos para que tenha o seu crescimento profissional e financeiro. A gente cresce, às vezes, ouvindo falar que ou você só vai pelo futebol e recentemente só pela música, mas dentro da favela existem diversos sonhos que a gente pode conseguir realizar”, disse. 

Criado na comunidade do Jardim João XXIII, na zona oeste da capital paulista, Murilo falou sobre oportunidades de investimentos acessíveis e formas de lidar com o dinheiro, desde um orçamento familiar até o uso de um cartão de crédito, e também maneiras de como diminuir as dívidas.

“Os investimentos na bolsa de valores ou renda fixa, hoje é um mercado acessível na questão financeira, mas foi muito negligenciado pelo público de favela. Mostrei alguns investimentos que podem começar com pouco dinheiro e que rendem muito mais do que a poupança. O favelado que tem algum dinheiro guardado, ele pode começar, por exemplo, no Tesouro Direto, com R$ 30, e é o investimento mais seguro do Brasil e que rende mais do que a poupança. E quando a gente fala de bolsa de valores, existem ações de grandes empresas que custam a partir de R$ 5, R$10. Então, não precisa de muito dinheiro para começar a investir”, avaliou. 

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Murilo mantém um canal no YouTube sobre educação financeira e investimentos com linguagem simples, “sem siglas e economês”. 

A dona de casa, Amanda Barros Vasconcelos, de 35 anos, disse que as orientações do workshop a ajudarão a lidar melhor com o dinheiro.

“As orientações me ajudaram bastante, e, como eu, tem muita gente que não entende sobre como lidar com o dinheiro, se atrapalha. Depois disso, sobre o que ele falou sobre educação financeira, investimentos, porque eu sou meio atrapalhada com cartão de crédito, acredito que terei mais controle. E sobre os investimentos, eu fiquei surpresa, achei importante também essa parte, porque ajuda a quem não tem entendimento em relação a isso”.

Bolsas de estudo

Em parceria com o Banco 24 horas, o G10 Favelas lança o projeto “Potência das Favelas Banco24Horas” que visa conceder 25 bolsas de estudo integrais (100%) para o curso de programação e tecnologias desenvolvido pela MasterTech para o grupo TecBan, gestora do Banco 24horas.

O projeto tem o objetivo de ensinar algumas das principais práticas e conhecimentos da programação e linguagem digital para os jovens periféricos no estado de São Paulo. 

O encerramento do evento ficará por conta do Favela Music, produtora cultural de artistas das favelas do Brasil, com apresentações de artistas da comunidade e pocket show com o rapper Projota, às 19h.

Edição: Lílian Beraldo

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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