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Cacau do sul da Bahia é tema do Caminhos da Reportagem
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Impossível falar da história da Bahia sem contar a história do cacau, principalmente no sul do estado. A região viu o auge e a decadência da matéria-prima do chocolate e agora vive uma nova fase de preocupação com a qualidade das amêndoas e dos processos de produção e trabalho. A equipe do Caminhos da Reportagem passou pelas fazendas centenárias de cacau e conheceu as mudanças no desenvolvimento do fruto que conquistou o mundo.
A fazenda Yrerê é uma das produtoras que decidiu investir nas amêndoas. O proprietário Gerson Marques focou no cacau fino e orgânico. “O caminho que nos resta é o da alta especialização, da alta qualidade, vender a um preço que vale a pena”, explica.
O turismo de experiência foi outro caminho encontrado por Gerson para uma nova fonte de recursos, mas também para dividir o conhecimento do que é um chocolate de qualidade. Na fazenda, o visitante conhece todas as etapas do cacau e degusta um produto final único.
Depois que a vassoura-de-bruxa arrasou as plantações na década de 90, a quantidade deu lugar à qualidade. A gerente regional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Ilhéus, Claudiana Campos, afirma que a região vive outra fase: “já saiu daquele momento de impacto, de desespero, de muito choro, de quem perdeu grande parte da sua riqueza e a gente está ressignificando isso”. Uma das conquistas foi o selo de indicação geográfica Sul da Bahia, que atesta a qualidade do chocolate produzido em 83 municípios da região.
O assentamento Dois Riachões faz parte do selo e é um exemplo. Os antigos trabalhadores que eram explorados nas plantações nem sabiam o gosto do cacau, mas hoje, esse quadro mudou e eles são os próprios produtores.
Cerca de 40 famílias participam da colheita coletiva, do beneficiamento e produção de um chocolate próprio. “A gente conseguiu desenvolver o modelo que é rentável pro agricultor, ele consegue ter uma qualidade de vida vivendo no campo”, afirma o produtor Rubens Dário.
Até mesmo a época antiga do auge do cacau ainda rende frutos. As histórias contadas por Jorge Amado remontam à uma época que não volta mais, mas pode ser revisitada. A casa onde ele cresceu e passou a adolescência é um desses locais. Perto dali, também há o bar Vesúvio e o cabaré Bataclan, eternizados no livro caminho. “Jorge Amado talvez seja na literatura o tradutor, a pessoa mais importante e significativa que nós produzimos para falar sobre nós mesmos, porque ele é filho da região”, afirma o historiador André Luiz Rosa Ribeiro.
O turismo do cacau também é muito procurado. Na fazenda Provisão é possível conhecer da colheita ao beneficiamento e ainda se hospedar no lugar para uma experiência completa. Já o Meu Querido Spa desenvolveu terapias que usam o chocolate para fins estéticos e de relaxamento. E por toda a cidade é possível provar o prato principal dessa história: o chocolate.
O episódio Sorria, é cacau da Bahia!, do Caminhos da Reportagem, vai ao ar no hoje (6), às 22h, na TV Brasil.
Edição: Lílian Beraldo
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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