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Farinha, a estrela do Acre é tema do Caminhos da Reportagem de hoje

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A cidade de Cruzeiro do Sul (AC), quase na fronteira entre o Brasil e o Peru, já teve o extrativismo da borracha como sua principal atividade econômica, até o início do século 20. Hoje, é a farinha de mandioca quem movimenta e traz renda para as comunidades locais. Desde 2017, a farinha de Cruzeiro do Sul conta com o selo de indicação geográfica (IG), que reconhece a qualidade e tradição de um produto a partir das condições ambientais e modo de fazer local. 

Resultado da mistura da cultura indígena da mandioca com os hábitos dos nordestinos que migraram para o Norte, a farinha vem conquistando mercados dentro e fora do Brasil.  Em parceria com o Sebrae, nossa equipe visitou a região para conhecer como é feito o processo desde o plantio da mandioca até a venda nos mercados. O programa vai ao ar às 22h, na TV Brasil.

Farinha, a estrela do Acre é tema do Caminhos da Reportagem de hoje. Farinha, a estrela do Acre é tema do Caminhos da Reportagem de hoje.

Farinha, a estrela do Acre é tema do Caminhos da Reportagem de hoje. – Reprodução/EBC

“Os indígenas tiveram papel de grande relevância na passagem de seus conhecimentos ancestrais para o homem branco. Eles passaram essa forma cultural deles de fazer a farinha, que é mantida secularmente até hoje”, explica o historiador Narcélio Generoso. 

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Cruzeiro do Sul  tem cerca de 90 mil habitantes e 12 mil casas de farinha em funcionamento. Maria José Maciel, a “Veia”, é a presidente da cooperativa que organiza essa produção. “Antes do selo de indicação geográfica era muito difícil porque qualquer pessoa podia usar o nome ‘Farinha de Cruzeiro do Sul’, mas hoje só nós da Central do Juruá é que podemos. O selo começou a nos abrir portas”, conta. 

Farinha, a estrela do Acre é tema do Caminhos da Reportagem de hoje Farinha, a estrela do Acre é tema do Caminhos da Reportagem de hoje

Farinha, a estrela do Acre é tema do Caminhos da Reportagem de hoje – Reprodução/EBC

A organização dos agricultores na cooperativa otimiza a produção, melhora o preço final e traz mais qualidade de vida para o produtor. O ofício, muitas vezes, é passado de geração em geração, como Francisco da Silva Maciel, que aprendeu a fazer a farinha com o pai.

“Eu tenho orgulho de ser produtor. Foi o que meu pai me ensinou, o legado que ele deixou para nós é trabalhar. O que eu aprendi foi fazer farinha e até hoje eu levo”, conta Francisco, que mostrou em detalhes como é o processo artesanal de tingimento da farinha feito na cooperativa. O tom “amarelinho” do grão, obtido por meio do açafrão, vai ao gosto do freguês e Francisco encara com uma arte. 

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A estrela de Cruzeiro do Sul também ocupa espaço de destaque na culinária. A farinha já faz parte dos hábitos alimentares diários dos acreanos, mas o chefe Jairé Cunha trabalha o ingrediente em pratos pouco habituais, como sushi feito com a farinha de mandioca. A região aposta que as belezas da floresta, a tradição dos povos indígenas e a culinária local podem impulsionar também o turismo. 

“Nós somos um grande destino de surpresa. A visão de fora ainda é muito referente às florestas, que são a nossa grande potência, de fato. Mas as pessoas ficam muito surpresas com o que vão encontrar por aqui. Tem que vir com o coração aberto, porque vai ser surpreendido, mas positivamente”, afirma Thaly Figueiredo, produtora de conteúdo que incentiva o turismo na região, compartilhando nas redes sociais informações sobre atrações e destinos do estado. 

Farinha, a estrela do Acre é tema do Caminhos da Reportagem de hoje. Farinha, a estrela do Acre é tema do Caminhos da Reportagem de hoje.

Farinha, a estrela do Acre é tema do Caminhos da Reportagem de hoje. – Reprodução/EBC

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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