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Foliões celebram volta do carnaval do Rio com o bloco Céu na Terra
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Apontado por foliões como um dos blocos mais coloridos do Rio de Janeiro, o Céu da Terra tomou as ruas de Santa Teresa nesta manhã (11). O fluxo de pessoas fantasiadas pelas ladeiras do bairro localizado na região central da cidade começou cedo. A concentração teve início às 6h30 e, com o tempo, o bloco foi se encorpando com a chegada daqueles que levantaram da cama mais tarde.

“Aqui, do pobre ao desembargador, está todo mundo igual. É música do povo para o povo. Tem violino, quatro tubas, chocalho”, disse a médica Natália Aires. Ela e o marido são figurinhas carimbadas no Céu na Terra e, após 2 anos sem desfile devido à pandemia da covid-19, a expectativa era grande. “Dá vontade de chorar. Isso aqui é vida. É a expressão do povo”, acrescentou.
O professor de história Jerônimo Duque Estrada também exaltou a retomada da folia. “Sou ateu, mas sou crente do carnaval. Tenho uma filha que ficou 2 anos sem carnaval. Ela deixou de construir nesse período um alter-ego carioca. Então é uma felicidade imensa poder estar de volta. O carnaval constrói o ethos dessa cidade. O Rio não é o mesmo sem o carnaval”, disse.
O bloco Céu na Terra foi fundado em 2001 e é atualmente um dos mais tradicionais da folia carioca. O cortejo é marcado pela presença de bonecos gigantes de inspiração popular, porta-estandarte e artistas em pernas de pau, além de adereços com imagens do bondinho de Santa Teresa. Os foliões com fantasias criativas se animam embalados por marchinhas, sambas, maxixes e frevos tocados por uma banda formada com instrumentos de percussão e de metais. Além de músicas autorais, ganharam versões carnavalescas diversas canções famosas como Odara, de Caetano Veloso, e Maria Maria, de Milton Nascimento.
“O Céu na Terra é um bloco vanguardista na recuperação do carnaval de rua carioca. Durante uma certa época, você não tinha blocos tocando marchinha, com muitas pessoas fantasiadas. O Céu na Terra ajudou a recuperar isso. Para mim, sem o Céu na Terra não há carnaval. É um bloco muito raiz”, disse Jerônimo.
Com a experiência de quem toca na banda de diversos blocos, a esteticista Daniele Castro disse que o Céu na Terra faz um dos cortejos mais bonitos do carnaval carioca. Ela ressalta que o esforço dos foliões para marcarem presença é recompensado. “Céu na Terra é perrengue. Bloco em Santa Teresa é perrengue. Mas a gente ama muito. E essa retomada é pura felicidade. Estou revendo amigos que já não moram mais aqui e vieram para curtir com a gente”.
Programação
Além do Céu na Terra, a programação oficial da folia carioca lista mais 47 blocos se apresentando neste sábado. Outra opção para foliões que buscam cortejos tradicionais ligados à história do carnaval da cidade é o Simpatia é Quase Amor. Entre o final da tarde e o início da noite, o bloco agita o bairro de Ipanema, na zona sul da capital fluminense.
A concentração está prevista para as 14h, com o desfile se iniciando às 16h e se encerrando às 19h. Mais antigo que o Céu na Terra, o bloco Simpatia é Quase Amor se apresentou pela primeira vez em 1985. A combinação de amarelo e lilás marca seus desfiles. Segundo o folclore popular alimentado pelos foliões, as cores foram escolhidas inspiradas na embalagem do comprimido Engov, usado para prevenir ressacas.
Dona Zica da Mangueira e o fundador da Banda de Ipanema, Albino Pinheiro, são padrinhos do Simpatia é Quase Amor, que conta ainda com o carinho de outros nomes da cena artística carioca. Quando completou 15 anos, foi gravado um CD com todos os 15 sambas lançados pelo bloco, cantados por nomes como João Nogueira, Martinho da Vila, Beth Carvalho, Monarco e Elza Soares. Na abertura do trabalho, o compositor Aldir Blanc gravou um depoimento, em forma de samba.
Depois de 2 anos sem desfilar devido à pandemia, o Simpatia é Quase Amor volta a realizar seus dois cortejos. Além do programado para hoje, o segundo acontecerá no domingo (19) de carnaval, no mesmo local e horário.
Edição: Fernando Fraga
Fonte: EBC Geral
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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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