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Indígenas comemoram conquistas, mas afirmam que o momento ainda é de luta

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Durante solenidades em homenagem à 19ª Edição do Acampamento Terra Livre, os participantes celebraram a presença indígena nos espaços de poder, mas também ressaltaram a necessidade de continuar a luta. Organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, o Acampamento Terra Livre representa a maior assembleia dos indígenas brasileiros e ocorre entre os dias 24 e 28 de abril em Brasília. Nessa edição, o mote do movimento é O futuro indígena é hoje, sem demarcação não há democracia.

Como destacou a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, a presença da “bancada do cocar” na Câmara é a voz indígena na institucionalidade, depois de um longo período em que os povos tradicionais foram recebidos com “bala de borracha e gás de pimenta na Esplanada”.

Da mesma forma, a ministra ressaltou a importância da criação do próprio ministério, assim como a presença de uma indígena na presidência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a ex-deputada Joenia Wapichana. Para Sônia Guajajara, esse movimento inicia a reparação da invisibilidade e da “histórica negação dos direitos dos povos indígenas no Brasil”.

No entanto, a ministra ressalta ainda ser necessário mudar consciências, “reflorestar mentes no Brasil e no mundo”, que continuam a considerar as terras indígenas como improdutivas.

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“O que é mais produtivo é explorar os territórios com agrotóxicos, com os venenos das grandes lavouras, das monoculturas? Ou é proteger as florestas para garantir o ar que todo mundo respira? Para garantir a água que todo mundo bebe? O que é improdutivo?”, indagou.

Autora do pedido para realização da homenagem, a deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), sustentou que nesses mais de 500 anos de história do Brasil, “apenas sofisticaram o jeito de matar os povos indígenas, a intenção de matar ainda é a mesma”. De acordo com a parlamentar, em 2019, 135 lideranças indígenas foram assassinadas e, em 2021, 185 morreram na luta pelo reconhecimento de seus territórios.

Célia Xakriabá ainda frisou que o “Congresso é conservador” e conta com mais de 1.025 projetos relativos a indígenas, na grande maioria para retirar direitos. Mas a deputada garante que os indígenas vão resistir, e que a própria vida no planeta depende do respeito aos modos de vida tradicionais. “Nós temos também enviado um recado importante para esse Congresso Nacional, para as pessoas que não se preocupam com as questões ambientais, para as pessoas que não se preocupam com crianças indígenas Yanomami sendo mortas de fome, para as pessoas que não se preocupam com meninas violentadas, estupradas pelo garimpo: que não se trata somente de uma pauta progressista, se trata de uma pauta humanitária”. 

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O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que o Brasil conta com 1 milhão e 600 mil indígenas. No censo anterior do órgão, a população indígena era de apenas 900 mil pessoas. Conforme Célia Xakriabá, esse contingente se divide em 305 povos, que falam mais de 274 línguas.

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas informa que o país tem cerca de 680 territórios indígenas regularizados, e mais de 200 aguardam demarcação. O Grupo de Trabalho sobre Povos Indígenas do governo de transição recomendou a regularização imediata de 13 terras indígenas, que estão com os processos totalmente prontos para homologação.

Em comemoração ao Acampamento Terra Livre, a Câmara realizou uma sessão solene no plenário e foi lançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas. A frente será coordenada pela deputada Célia Xakriabá.

Reportagem – Maria Neves
Edição – Geórgia Moraes

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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