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Lançamento de obra literária infantojuvenil comemora Dia da Restinga

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Para marcar o Dia da Restinga, comemorado nesta sexta-feira (28), a equipe de sustentabilidade da empresa Gás Natural Açu (GNA) e a organização não governamental (ONG) Instituto Coral Vivo (ICV) lançam a obra literária infantojuvenil A Casa de Todos os Ninhos. O objetivo é a conscientização ambiental da sociedade brasileira e o estímulo à preservação desse ecossistema que compõe o bioma da Mata Atlântica e abriga espécies raras e ameaçadas de extinção.

O livro começa com o poema:

“Existe uma casa encantada

Que abriga todos os ninhos,

É feita de sol e vento,

Calor, areia e tempo.

Suas árvores se vestem

De espinhos, de ervas

Com raízes gigantes

(maiores que elefantes),

E flores e cactos

Que enfrentam

As tempestades, ondas

E redemoinhos”

Escrito pelas autoras premiadas Bia Hetzel e Roseana Murray, o livro traduz em poemas a riqueza das restingas nacionais, com ilustrações de Mariana Massarani. Pesquisas feitas em diversas restingas, com destaque para a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural de restinga do país, a RPPN Caruara, localizada em São João da Barra, no norte fluminense, embasaram as informações da publicação. A consultoria foi das doutoras em biologia Débora Pires, fundadora do Instituto Coral Vivo (ICV) e uma das maiores biólogas marinhas do país; e Luana Mauad, da equipe da GNA, especialista em botânica de restingas.

A Casa de Todos os Ninhos apresenta, de forma lúdica, a biodiversidade das restingas para as crianças e jovens de todo o país. O livro ficará disponível para download gratuito durante dois anos, no site do ICV e da GNA. Bia Hetzel disse que graças às parcerias estabelecidas pelo ICV com a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e a prefeitura de Saquarema, que também tem área importante de restinga, serão distribuídos exemplares do livro em escolas públicas desses dois municípios, além da rede de ensino de São João da Barra, dando início ao projeto Restinga em Prosa. O público-alvo é formado por leitores jovens em processo de consolidação de alfabetização. “Porque a gente quer criar uma prosa com a sociedade, explicou a escritora.

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Oeiras

Bia Hetzel revelou que além dos três municípios fluminenses contemplados, a cidade de Oeiras, no sertão do Piauí, considerada modelo no campo da educação e leitura, também receberá exemplares do livro gratuitamente. Ela acredita que à medida que mais municípios queiram aderir ao projeto, haverá possibilidade de o livro ganhar reimpressão. Destacou que a grande vantagem de se viver hoje uma era digital, aliado ao fato de o PDF estar livre para download e os acessos serem tão rápidos, mostra que as necessidades que chegarem também serão supridas por esse meio virtual. “Quanto mais a sociedade mostrar que está funcionando, maior a chance de sucesso”.

O resultado do trabalho da equipe da GNA era voltado até então para a realização de um relatório interno e não ia para publicação científica, nem chegava à sociedade com a intensidade necessária para a conservação da restinga. “Eles viram que o ICV fazia livros diferenciados para crianças e jovens, levando o conteúdo científico para a sociedade”, disse Bia. Rapidamente, a parceria foi instituída. “A GNA estava muito preocupada em fazer chegar essas informações e essa conscientização para o município de São João da Barra, onde atua”.

Bia espera que o projeto possa ser expandido. Para ela, toda empresa tem que fazer ações para mitigar seus impactos, “mas é importante que busquem ONGs como o ICV para levar conhecimento à população”.

Restinga

A bióloga Débora Pires, fundadora do Instituto Coral Vivo, chamou a atenção para a importância da restinga. “As restingas são ambientes que pertecem ao bioma Mata Atlântica e ficam entre a terra e o mar. Elas ocupam uma faixa muito cobiçada pelo homem, pela exploração imobiliária, com muitas ocupações nas orlas”, afirmou.

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Segundo a especialista, a restinga talvez seja um dos grandes ambientes marinhos mais prejudicados com a expansão das cidades, que têm transformado matas em áreas urbanas. Por causa da ocupação desordenada, várias espécies da fauna e da flora estão em extinção. “Por isso, é importante que se recupere, porque ainda existem alguns fragmentos de restinga”.

Débora Pires explicou que a restinga tem vegetação rasteira, que forma redes que seguram e sedimentam toda a faixa de areia. E isso protege a costa de erosão. “No Brasil, a gente vê vários exemplos de erosão costeira, o mar invadindo casas, espaços e erodindo a costa, porque o homem retirou a restinga”. Lembrou que isso é muito comum em praias urbanas, como na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde vários pedaços estão degradados porque as restingas que fazem a proteção natural foram retiradas.

Espécies

Quando preservada, a restinga é um ambiente que abriga muitas espécies, como aves migratórias e tartarugas marinhas que vão desovar protegidos das ondas pela vegetação. O ambiente tem uma série de fatores importantes, além de vegetações comestíveis que servem de alimento para outros animais. “Ela ajuda nesse equilíbrio da Mata Atlântica”,

Na RPPN Caruara, considerada a maior unidade de conservação privada de restinga do país, com cerca de 4 mil hectares, são encontradas espécies da fauna e flora ameaçadas em diferentes níveis, entre elas o lagarto-de-cauda-verde, a preguiça-de-coleira-do-sudeste, o ratinho-goytacá, entre outras.

De acordo com o ICV, mesmo em locais de solo arenoso, castigados pelos ventos, pelas ressacas, pela maresia e pelo calor, a restinga floresce e verdeja o litoral. Nas praias e perto delas, são encontradas plantas rasteiras, como a salsa-da-praia. Avançando mais para a terra firme, há cactos, bromélias e plantas baixinhas. Depois, vêm os arbustos, como as pitangueiras, até as matas com árvores maiores, como a clúsia e o breu-branco. 

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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