POLITÍCA NACIONAL
Especialistas vinculam partos prematuros e mortalidade infantil à violência obstétrica
POLITÍCA NACIONAL
A violência obstétrica está relacionada com o nascimento prematuro de bebês, o que pode levar à morte infantil, segundo a diretora-executiva da ONG Prematuridade, Denise Suguitanim, que esteve presente nesta terça-feira (23) na Comissão Especial de Violência Obstétrica e Morte Materna da Câmara.
A violência obstétrica é qualquer tipo de agressão ou abuso a uma mulher durante sua gestação, no parto ou no período pós-parto. Exemplos de violência obstétrica são o uso incorreto do hormônio ocitocina, que acelera o trabalho de parto; a prática da episiotomia, procedimento cirúrgico que aumenta a abertura do canal vaginal; e a manobra de Kristeller, utilizada para acelerar a saída do bebê. Mas mesmo violências verbais podem ser classificadas como violência obstétrica.
Segundo Denise Suguitanim, a prematuridade pode ser causada por diversos fatores, como falta de acesso ao pré-natal e até pelo estresse gerado pela violência obstétrica. Além disso, é a primeira causa de morte de crianças com menos de 5 anos.
“O parto prematuro pode deixar tantas sequelas que até os cinco anos de idade pode vir a causar o óbito da criança. Aqui a nossa taxa de prematuridade está acima da taxa global, 12% mais ou menos, dependendo de cada região do Brasil, que tem realidades diferentes. Mas a taxa global é 10%”, disse.
Cesariana desnecessária
Segundo a médica Sônia Lansky, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), são comuns no Brasil dois cenários, a violência no parto vaginal e a cesariana desnecessária, que podem levar à morte infantil e materna.
A médica explicou que o nascimento prematuro acontece com frequência no parto cesárea, principalmente quando ele é realizado sem justificativa técnica, antes mesmo de a mulher entrar em trabalho de parto. E a decisão às vezes é imposta pelo próprio médico, o que pode ser considerado violência obstétrica.
Sônia Lansky disse que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que apenas 15% dos partos sejam cesariana, mas no Brasil a taxa é de 58%. “No setor privado, 90% dessas mulheres fizeram cesariana. Apenas 10% com indicação. Então existe também, além da cultura, uma manipulação pelos próprios profissionais de saúde e pelo sistema para resultar em taxas tão elevadas de cesarianas”, disse.

Leis estaduais
A presidente da Rede pela Humanização do Parto, Daphne Rattner, criticou leis estaduais, já existentes em São Paulo, no Pará e no Paraná, que dão direito à gestante de solicitar uma cesariana a partir de 39 semanas de gestação.
Ela defendeu que outros estados não aprovem leis similares, para reduzir a prática da cesariana. Para ela, a proposta incentiva que os médicos continuem realizando essa prática cirúrgica indiscriminadamente.
De acordo com a presidente da comissão, deputada Soraya Santos (PL-RJ), o colegiado deverá discutir, como próximo tema, a importância do pré-natal na prevenção à violência obstétrica.
Reportagem – Amanda Aragão
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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