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Governo afirma que novas receitas no Orçamento são apenas “correções de erros”

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Ao explicar a expectativa de novas receitas, no total de R$ 168,5 bilhões, no projeto do Orçamento de 2024 (PLN 29/23), o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse que o governo foi “conservador” e que quase todas as medidas que embasam esse valor se tratam de “correções de erros” na área tributária. Ou seja, buscam evitar a evasão fiscal.

A principal medida foi a aprovação de projeto no Congresso (PL 2384/23) que retoma o poder do governo nas decisões do Conselho de Recursos Fiscais (Carf). Até agora, os empates beneficiam o contribuinte sem a possibilidade de a União recorrer à Justiça. Somente com essa medida, estão previstos R$ 54,7 bilhões.

Dario disse que o estoque atual de recursos é de R$ 1 trilhão e a média histórica de resultados favoráveis ao governo é de 10%. Portanto, a estimativa estaria abaixo da média. Além disso, a norma abre espaço para envio de novo projeto de lei sobre transações tributárias, ou seja, acordos para débitos em cobrança administrativa. Neste caso, a estimativa é de mais R$ 43,3 bilhões, segundo o secretário. “As empresas têm um passivo tributário relevante que atrapalha a vida das empresas. A gente não gostaria de discutir temas por mais 15, 20 anos no Carf, nos tribunais, no Supremo Tribunal Federal”, afirmou.

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O governo também espera receber R$ 35,3 bilhões com a regulamentação dos incentivos fiscais estaduais que podem ser abatidos da base de cálculo dos impostos federais. A medida veio após decisão do Superior Tribunal de Justiça em maio (MP 1185/23).

Fundos
Também está em discussão no Congresso a tributação dos fundos de investimento fechados, que institui o chamado “come-cotas” nestes fundos acessados por pessoas de alta renda (MP 1184/23). O mecanismo tributa periodicamente os rendimentos dos fundos, como já acontece com fundos de renda fixa comuns. Esta medida geraria mais R$ 13,3 bilhões em 2024.

Outra proposição no Congresso (PL 4173/23) busca taxar as aplicações de brasileiros no exterior, principalmente em paraísos fiscais, no valor de R$ 1 trilhão. A ideia é receber R$ 7 bilhões nesta rubrica.

O governo ainda enviou projeto ao Congresso para revogar a dedução tributária dos Juros sobre Capital Próprio (PL 4258/23). O governo acredita que haja abusos no uso do instrumento que permite a dedução no Imposto de Renda e CSLL de aportes de sócios nas empresas. A expectativa de arrecadação é de R$ 10,5 bilhões.

Outras medidas que completam a lista de receitas novas são a taxação das apostas esportivas, os chamados “bets” (MP 1182/23), com R$ 1,6 bilhão, e o novo Regime de Tributação Simplificada para a importação de pequenas encomendas (R$ 2,8 bilhões).

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Folga
Mas o governo também explicou que trabalha com uma folga em torno de R$ 40 bilhões relativa ao “empoçamento” orçamentário e com os efeitos da legislação sobre preços de transferência (Lei 14.596/23), que busca evitar escapes de tributação entre os países. O empoçamento é quando despesas previstas na lei orçamentária não são executadas por motivos diversos.

O secretário de Orçamento, Paulo Bijos, disse que já será possível identificar o empoçamento em maio de 2024 e que ele pode alcançar até R$ 15 bilhões no período.

Novas receitas

  • Retomada do voto de qualidade no Carf (PL 2384/23) – R$ 54,7 bilhões
  • Projeto de lei sobre transações tributárias – R$ 43,3 bilhões
  • Regulamentação da dedução de incentivos fiscais estaduais (MP 1185/23) – R$ 35,3 bilhões
  • Tributação de fundos de investimento fechados (MP 1184/23) – R$ 13,3 bilhões
  • Revogação da dedução de Juros sobre o Capital Próprio (PL 4258/23) – R$ 10, 5 bilhões
  • Tributação de fundos offshore (PL 4173/23) – R$ 7 bilhões
  • Tributação de apostas esportivas (MP 1182/23) – R$ 1,6 bilhão
  • Novo Regime de Tributação Simplificada – R$ 2,8 bilhões

Total: R$ 168,5 bilhões

Reportagem – Silvia Mugnatto
Edição – Wilson Silveira

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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