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Sessão solene da Câmara faz homenagem à 3ª Marcha das Mulheres Indígenas

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Uma sessão solene no Plenário da Câmara dos Deputados prestou homenagem nesta segunda-feira (11) à 3ª Marcha das Mulheres Indígenas. Com o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, a marcha acontece até quarta-feira (13) em Brasília.

“Estamos aqui para reverter todo o mal que foi feito, para contribuir para a reconstrução do nosso País”, disse a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana. Ela destacou o potencial das mulheres indígenas de darem soluções para os problemas do Brasil e comemorou a presença de mulheres indígenas no Plenário da Câmara.

“As mulheres indígenas são parte da sociedade brasileira, mas estão faltando essas mulheres ocupando espaços, ocupando cargos, participando da tomada de decisões. Fomos chamadas à corresponsabilidade no governo Lula”, destacou.

Joenia Wapichana cobrou investimentos e oportunidades para que as mulheres indígenas levem suas ideias adiante. “Quando o orçamento da Funai estiver aqui para ser votado, precisa ser apoiado. São recursos para demarcação de terras indígenas, projetos de gestão territorial e de combate à violência contra mulheres indígenas”, ressaltou.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Homenagem à III Marcha das Mulheres Indígenas: Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade Pelas Raízes Ancestrais. Presidenta da Funai, Joenia Wapichana
Joenia Wapichana, presidente da Funai

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, disse que o tema da marcha está relacionado à luta pela existência. “No momento que estamos aqui em uma sessão no Plenário da Câmara presidida por deputadas indígenas, vale a pena lutar, invocando nossa ancestralidade, que nos dá força, nos dá resiliência, depois de um período tão difícil que foram os últimos seis anos, com aumento de ataques, exploração e violências a nossos povos.”

A ministra considera uma vitória a presença de mulheres indígenas no Executivo e no Legislativo e se comprometeu a trabalhar pela ampliação da chamada “bancada do cocar” para os legislativos estaduais. “A caminhada foi muito longa para chegar aqui, mas o que estamos fazendo é trazer essas vozes diversas, fazendo o trabalho com muita articulação para promover mudanças na institucionalidade”, disse.

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Violência contra mulheres
Autora do requerimento para realização da sessão, a deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) protocolou projeto de lei para combater a violência contra mulheres indígenas (PL 4381/23). “Mulheres indígenas são assassinadas enquanto falamos nesta tribuna. Queremos que este projeto de lei seja uma resposta para as mulheres indígenas que foram silenciadas pela violência”, declarou.

A deputada, que é presidente da Comissão dos Povos Originários, apresentou a proposta em duas línguas indígenas (Guarani-Kaiowá e Akwen), além do português. “Somos 500 mulheres protocolando este projeto de lei. Somos mulheres que resistem e chegamos ao Parlamento para reflorestar.”

Garimpo
Representante da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), Braulina Baniwá protestou contra o garimpo em áreas indígenas e cobrou participação das mulheres indígenas nas decisões que afetam suas comunidades. “O Estado não pode pensar projetos sem nos consultar. O Estado tem que nos colocar como protagonistas nesse processo porque é nosso corpo-território que tem sofrido todo tipo de violências e violações”, afirmou.

“O primeiro impacto é nas mulheres e crianças, que têm sofrido com a contaminação de mercúrio pelo garimpo”, disse.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Homenagem à III Marcha das Mulheres Indígenas: Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade Pelas Raízes Ancestrais. Dep. Juliana Cardoso (PT - SP)
Juliana Cardoso: o modelo de desenvolvimento atual é predatório para a biodiversidade

A deputada Juliana Cardoso (PT-SP) também falou sobre o constante conflito com o garimpo e defendeu a preservação dos povos indígenas como guardiões das florestas. “O modelo de desenvolvimento defendido hoje é predatório para a biodiversidade. Gera pobreza e doenças”, alertou.

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Marco temporal
Representantes de comunidades indígenas protestaram contra o marco temporal e contra a instalação de hidrelétricas em seus territórios. A deputada Erika Kokay (PT-DF) destacou a atuação das deputadas indígenas na Câmara e o pioneirismo de Joenia Wapichana, eleita deputada federal em 2018 e hoje presidente da Funai.

Kokay também protestou contra o marco temporal, em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Senado e se comprometeu a lutar contra a aprovação dessa proposta. “Aqui já existia cocar, antes de existir a coroa.”

A ministra da Mulher, Cida Gonçalves, destacou o compromisso do governo federal e do presidente Lula com a vida das mulheres, especialmente indígenas e negras. “Basta de feminicídio no Brasil. É contra esse ódio que estamos marchando”, ressaltou.

Biomas
Representante do bioma Caatinga, Cristiane Pankararu defendeu a aprovação da proposta que transforma o Cerrado e a Caatinga em patrimônio nacional (PEC 504/10).

Representante do povo Xavante, Luzenira, do Cerrado matogrossense, fez um pedido de socorro pela população indígena do estado, atingida pela expansão do agronegócio. “O Cerrado é muito importante para nós. A gente tira tudo do Cerrado.”

Ela criticou, em especial, a construção de rodovias federais e a contaminação por agrotóxicos, principalmente em crianças e idosos.

Outras representantes de biomas também participaram da sessão, como Regina Kaingang, representante do bioma Pampa; Eliara Antunes, representante do bioma Mata Atlântica; e Kuyayutxi Suya, representante do bioma Amazônia.

Reportagem – Geórgia Moraes
Edição – Pierre Triboli

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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