POLITÍCA NACIONAL
Professores denunciam ambiente de perseguições causado pelo clima de radicalização política no País
POLITÍCA NACIONAL
Em audiência realizada nesta segunda-feira (30) pela Comissão de Educação da Câmara do Deputados, profissionais e especialistas em educação denunciaram um ambiente de perseguição a professores, causado pela radicalização política vivida no País.
A professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro Pâmella Passos apresentou pesquisa feita pela instituição, que mostra o medo causado pelas acusações e processos movidos contra professores por razões ideológicas. “Das 837 professoras e professores que responderam o questionário, 91% gostariam de apoio psicológico e 90,4% demandam apoio jurídico para lidar com essas situações no contexto de perseguição docente”, afirma.
A professora da rede estadual de Santa Catarina Juliana Andozio contou o cerco que sofreu em Florianópolis (SC), incluindo um processo administrativo em que foi acusada de fazer doutrinação política na escola.
“Eu fiquei sete meses afastada. Depois de passar por um processo administrativo, em que nada foi comprovado, me puniram com 15 dias sem salário”, explicou. Segundo Juliana Andozio, depois de dez meses, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina julgou o processo e condenou estado a devolver o salário descontado e a limpar a ficha funcional dela. “Não teve nenhuma comprovação de que eu tenha doutrinado alguém.”
Rede de apoio
O professor da Universidade Federal do ABC Salomão Barros Ximenes disse que a lei já garante ao professor a liberdade de ensinar. Mas é necessário criar redes de proteção para garantir esse direito.
“Temos que criar políticas públicas de defesa jurídica e psicológica para esses professores, em parceria com as universidades e com os sindicatos”, afirmou. “Temos que pensar também na tarefa legislativa e das procuradorias jurídicas dos estados e dos municípios. Professores e professoras são profissionais que estão sendo perseguidos e atacados no exercício de sua função”, afirmou.
A deputada Professora Luciene Cavalcante (Psol-SP) elogiou a iniciativa de um observatório para monitorar a questão e embasar propostas para enfrentar a perseguição contra professores. “O observatório é fundamental porque, quando se pensa em políticas públicas, é preciso ter os dados, saber como está, como vem acontecendo e evoluindo, e quais são a interferências para então pensar na proposta.”
Parlamentares
Os debatedores denunciaram ainda que as perseguições contra professores são, muitas vezes, movidas por parlamentares federais, estaduais e municipais. Para a deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), são necessárias providências para garantir que o papel de fiscalização dos legisladores fique dentro da lei.
“Algumas coisas surgiram aqui, como a necessidade um protocolo pra garantir e reger o papel fiscalizador de parlamentares e responsabilizar aqueles que promovem o ódio, que, ali na ponta, chega aos profissionais de educação”, afirmou.
Reportagem – Dourivan Lima
Edição – Rachel Librelon
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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