POLITÍCA NACIONAL
Entidades cobram acesso de crianças e adolescentes à natureza e à proteção diante da crise climática
POLITÍCA NACIONAL
Entidades da sociedade civil se mobilizaram no Congresso Nacional para cobrar do poder público o pleno direito do acesso de crianças e adolescentes ao meio ambiente equilibrado, como já está previsto na Constituição Federal, além de proteção especial diante dos atuais eventos climáticos extremos.
O gerente de Natureza do Instituto Alana, JP Amaral, sintetizou as principais medidas esperadas com o evento, batizado de “Crianças e Natureza no Centro do Congresso”. “Diretrizes e fomento para a educação com base na natureza, com modelo de educação que realmente priorize o brincar e o aprender ao ar livre; medidas de resposta a desastres e riscos em relação aos efeitos climáticos, com protocolos direcionados para crianças e adolescentes; e também um olhar para as populações mais vulneráveis, principalmente as crianças indígenas.”
A mobilização, realizada na terça-feira (7), teve o apoio da Coalizão pelo Clima, Crianças e Adolescentes (Clica) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Essas entidades partem do fato de que as crianças estão entre os grupos mais vulneráveis às mudanças climáticas, com projeções negativas também para o exercício futuro de cidadania e de qualidade de vida.
Segundo JP Amaral, as entidades querem mudar o atual quadro de urbanização que mantém crianças e adolescentes “emparedados” em edificações com poucas áreas verdes. “Hoje, a gente tem 82% da população brasileira vivendo nas cidades. No modelo de urbanização que a gente tem, isso implica esse distanciamento da natureza, em que as áreas verdes são restritas a pequenas praças e parques distantes. Quando a gente olha para as desigualdades sociais, isso é ainda mais forte, com a periferia tendo ainda maior supressão dessas áreas verdes”, descreveu.
Efeitos na saúde
Outro dado do Instituto Alana mostra que 61% das escolas brasileiras têm déficit de natureza e de área externa. JP Amaral citou alguns dos efeitos negativos na saúde e na sociabilidade de crianças e adolescentes.
“Maior índice de miopia por causa do excesso de tela que as crianças estão tendo, maior índice de obesidade pela falta de atividade física ao ar livre e problemas de saúde mental por conta dessa falta de acesso à natureza de forma geral”, lamentou.
O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), apoiou a mobilização no sentido de incentivar a formulação de novas leis ambientais a partir do olhar de crianças e adolescentes. “Nós temos, na Constituição, um artigo específico sobre o cuidado com crianças e adolescentes. Também na Constituição brasileira, há um artigo relacionado ao meio ambiente equilibrado, inclusive para as futuras gerações. É um grupo vulnerável e, por isso, é importante esse evento para buscar a formulação e a aprovação de legislação que contribua para a gente ter qualidade de vida para todos e, em especial, para crianças e adolescentes”, apontou.
Educação climática
Em audiência recente da Comissão de Meio Ambiente sobre educação climática, alunos do ensino fundamental de escolas públicas de Brasília manifestaram a preocupação com o futuro diante das mudanças climáticas, como foi o caso de Gael Schelb. “Quem mais tem a perder somos nós, os mais jovens, que corremos o risco de enfrentar, a cada dia, temperaturas mais extremas. Somos nós que teremos de arcar com as consequências presentes e futuras das mudanças climáticas”, protestou.
A estudante Débora Braga cobrou medidas urgentes. “Estamos sentindo na pele o aumento da temperatura nas nossas cidades e em nossa sala de aula. Estamos correndo risco de ter escassez de água. Precisamos urgentemente realizar mudanças em favor da continuidade da vida. Não temos mais tempo para esperar.”
Durante o evento na Câmara, as entidades da sociedade civil lançaram o Manifesto do Direito das Crianças e Adolescentes à Natureza.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Francisco Brandão
Fonte: Câmara dos Deputados
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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