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PE: trabalhadores sem-terra protestam contra assassinato de agricultor

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Cerca de 300 trabalhadores e trabalhadoras sem-terra protestaram contra o assassinato do agricultor Josimar Silva Pereira, morto a tiros, no último dia 5, no acampamento São Francisco de Assis, em Vitório do Santo Antão, em Pernambuco.

O protesto ocorreu na tarde desta segunda-feira (13), na sede da Escola Judicial de Pernambuco (Esmape), em Recife, durante audiência com o Ministério Público de Pernambuco, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Usina JB, para tratar de áreas improdutivas em Vitória de Santo Antão e Amaraji.

Na reunião, ficou acordada a definida a desapropriação das áreas localizadas em Amaraji, a cerca de 100 km de Recife, no total de 1,4 mil hectares, para assentar as famílias que estão no Acampamento Bondade. Nova reunião será realizada nesta terça-feira para tratar da situação em Vitória do Santo Antão.

Segundo o MST, Josimar, de 30 anos, foi assassinado com disparos na nuca e nas costas enquanto se deslocava para o acampamento, onde trabalhava na irrigação do plantio de arroz orgânico. Ainda não se sabe quem foi o autor dos disparos e a motivação para o crime, mas o movimento diz que está relacionado à luta pela terra.

Em nota, o movimento disse que recusou participar da audiência em protesto pelo assassinato de integrante do movimento. “O MST se recusou a participar da audiência e da mesa de negociação com representantes da usina”, diz a nota. “Atualmente o acampamento está na comissão de conflitos agrários e a coordenação do acampamento sendo acompanhada pelo programa estadual de proteção e defesa de defensores dos direitos humanos pelas graves violações que estão ocorrendo na área.”

A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e a Polícia Civil do estado para obter informações sobre o desdobramento das investigações, e aguarda retorno.

Com quase 30 anos, o acampamento Francisco de Assis é um dos mais antigos de Pernambuco. São cerca de 194 famílias que moram no local e lutam pela desapropriação do Engenho São Francisco, que pertence à Usina JB. A área já passou por vistoria do Incra e foi considerada improdutiva.

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“Após muita luta, o Engenho São Francisco ficou entre as áreas prioritárias de desapropriação. Na vistoria realizada pelo Incra foi constatado que a área não cumpre a função social da terra e a Constituição Federal declara que áreas nessa situação devem ser destinadas à reforma agrária”, diz a nota do movimento.

A Agência Brasil tentou contato com o Grupo JB, proprietário do engenho, e aguarda posicionamento.

Paraíba

No último fim de semana, outro crime contra trabalhadores sem terra foi cometido, desta vez no município de Princesa Isabel, no Sertão paraibano. No sábado, um homem e uma mulher foram alvejados em casa, no acampamento Quilombo do Livramento Sitio Rancho Dantas, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

“É com extrema indignação e exigindo justiça que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Paraíba (MST) denuncia os assassinatos de Ana Paula Costa Silva e Aldecy Viturino Barros e pede celeridade nas investigações da polícia junto a Secretaria de Segurança Pública do Estado”, comenta o MST, em nota.

Nesta segunda-feira (13), uma reunião com o MST, Ministério Público da Paraíba e Incra tratou do caso. Segundo a integrante da coordenação do MST na Paraíba Dilei Schiochet, durante a reunião ficou definido que o Incra realizará o levantamento fundiário da área, pertencente à União. O objetivo é regularizar a situação das famílias do acampamento.

“A reunião se baseou em três pontos centrais, primeiro a averiguação de quem é o dono da área, a situação legal da área. Identificamos que a área é uma área da União, porém só uma parte, 58 hectares está conosco, a outra parte é de uma escola, então a gente não tem a totalidade da área”, disse. “Foi mais uma tragédia descobrir que a área é da União. Como você assassina dois companheiros dentro de uma área da União”, lamentou a coordenadora.

A área é pertencente ao Instituto Federal da Paraíba e segundo Dilei, a Superintendência do Patrimônio da União (SPU) se comprometeu a doá-la para o Incra para o assentamento das famílias do acampamento. Nova reunião sobre o assentamento e para tratar dos assassinatos será realizada na tarde desta terça-feira.

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Ana Paula Costa Silva era acampada, tinha 29 anos e 3 filhos. Aldecy Vitunno Barros, tinha 44 anos e 2 filhos. Ele era coordenador do acampamento. Relatos de moradores informam que eles foram assassinados a tiros por dois homens que chegaram em uma moto. Eles abordaram Aldecy, com a justificativa de que ele precisava assinar um documento.

“De antemão, temos a informação que os dois estavam em uma moto vermelha e de capacete. Há uma câmera no local que a polícia já está com ela. Não se visualizou o rosto deles”, informou a liderança.

Segundo Dilei, o clima é de tensão no acampamento. Os sem-terra estão solicitando o deslocamento de policiais militares para atuar na segurança do acampamento. Também foi feito um contato com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano para prestar auxílio às famílias das vítimas.

“Tivemos um contato com a Secretaria de Desenvolvimento Humano do estado para garantir as condições porque são três crianças pequenas da Ana Paula e são mais dois filhos e uma segunda família com quatro filhos que o Aldecy estava convivendo, um deles é adotivo. Temos, nesse contexto, oito crianças desamparadas e que inclusive presenciaram a cena do crime”, observou Dilei.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil da Paraíba e aguarda detalhes sobre o andamento das investigações.

À Agência Brasil, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) disse que, para evitar novos casos de violência no campo nessas localidades, intensificou “o diálogo junto aos movimentos sociais e também junto aos proprietários de terras, a fim de sempre conseguirmos mediar os conflitos e buscar solução pacífica”.

“No caso de Vitória de Santo Antão, estamos junto a comissão fundiária do Tribunal de Justiça de Pernambuco buscando solução de aquisição da área. No caso Quilombo Livramento temos processo administrativo de regularização em aberto, mas está aguardando recursos orçamentários para continuidade”, disse a pasta, que informou ainda que o Incra está trabalhando para a regularização fundiária dos acampamentos.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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