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Seminário na Câmara aponta viabilidade do Sistema Único de Mobilidade

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Movimentos sociais, institutos de pesquisa e representantes do governo federal apontaram, na Câmara dos Deputados, a viabilidade do Sistema Único de Mobilidade (SUM). O tema está em análise na Casa por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC 25/23) da deputada Luiza Erundina (Psol-SP). Em seminário na Comissão de Desenvolvimento Urbano nesta quinta-feira (30), a analista de mobilidade do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Annie Oviedo, explicou que o SUM tem gestão inspirada no SUS e no Suas, que orientam as ações públicas em saúde e assistência social, respectivamente.

“A gente começa lá no município, com a melhoria da estrutura de participação social. No estado, a gente tem o sistema de gestão das regiões metropolitanas, o incentivo à construção de consórcios e um sistema para lidar com o transporte intermunicipal e interurbano. E aí a gente chega ao governo federal, com o debate sobre como distribuir esses recursos e quais são as diretrizes básicas dessa política”, detalhou.

A ideia do Sistema Único de Mobilidade é corrigir o atual quadro crítico do transporte público brasileiro, marcado por tarifa alta, baixa qualidade de serviço e falta de transparência sobre investimento e custeio.

Uma das fundadoras do Observatório dos Trens, Rafaela Albergaria apresentou o estudo “Quem tem menos paga mais”, que mostra como o transporte aprofunda as desigualdades sociais diante do peso elevado nas despesas da população mais pobre. Ela citou também o sofrimento diário em ônibus velhos e superlotados e lembrou o caso recente, ocorrido no Rio de Janeiro, de uma mãe com uma criança que começou a passar mal em um ônibus sem ar condicionado e quebrou a vidraça do ônibus para a criança poder respirar.

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Tarifa zero
Os defensores do SUM afirmaram que um dos princípios básicos do sistema é garantir mais investimentos nas regiões com menos infraestrutura de transporte. Integrante do Observatório da Mobilidade Urbana de Salvador (ObMobSSA), Daniel Caribé garante que há recursos, mas falta articulação entre União, estados e municípios.

“O novo PAC tem bilhões para a mobilidade urbana, como houve em outros momentos da história do País, mas não resolve o problema. As cidades brasileiras continuam reproduzindo desigualdades e segregações porque não há articulação”.

A tarifa zero ou passe livre faz parte dos objetivos do Sistema Único de Mobilidade. O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) calcula em R$ 71 bilhões o impacto anual dessa medida nos cofres públicos. A assessora política do Inesc, Leila Saraiva, sugeriu um fundo para bancar a tarifa zero com recursos vindos de três fontes.

“Por parte da União, taxações específicas da gasolina mais uma reformulação do funcionamento do vale transporte; por parte dos estados, a gente pensaria em taxações extras do IPVA; e, dos impostos municipais, uma parte do IPTU mais eventuais taxas de cobrança por uso do espaço público”, explicou.

O deputado Jilmar Tatto (PT-SP) lembrou que cerca de 90 municípios brasileiros já adotam a tarifa zero e que a frente parlamentar sobre o tema busca ampliar as formas de financiamento.

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Desafios
O coordenador geral de mobilidade urbana do Ministério das Cidades, Antônio Esposito Neto, admitiu a complexidade da articulação interfederativa em torno do Sistema Único de Mobilidade, mas disse que a discussão é oportuna.

“É desafiador sim, mas não impossível. Além da parte legislativa, a gente vai ter que evoluir também na parte infralegal, planejamento, gestão, institucional, gerencial e até com tecnologia da informação para conseguir colocar de pé um sistema único”, afirmou.

Organizadora do debate, a deputada Natália Bonavides (PT-RN) defendeu o Sistema Único de Mobilidade sobretudo para assegurar que, por meio do transporte público de qualidade, o cidadão acesso todos os demais direitos individuais.

“Não tem como mudar a perspectiva de realidade de um sistema de transporte sem repensar isso aqui: hoje os subsídios são para financiar empresas ou para financiar um direito? Não ter dinheiro para pegar um ônibus é uma questão limitadora para se acessar tudo mais”, disse ela.

Representante do Ministério do Meio Ambiente, Adalberto Maluf ressaltou que o incentivo ao transporte coletivo, presente no SUM, está de acordo com as políticas públicas de emissão de gases poluentes.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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