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Carnaval 2024: com passagens aéreas mais caras, procura por viagens de ônibus dispara. Veja os preços
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Faltando menos de um mês para o carnaval, famílias e grupos de amigos começam a se planejar para viajar no feriadão. Companhias de ônibus e plataformas de vendas de passagens já observam um aumento nas buscas para o período de até 118% — e não apenas pela data, mas também por influência do bolso: enquanto os preços das passagens aéreas não param de subir, as rodoviárias têm pesado menos.
No ano passado, os bilhetes aéreos ficaram 47% mais caros, a maior alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado entre janeiro e dezembro, segundo o IBGE. Já as passagens interestaduais e intermunicipais de ônibus subiram 3,88% e 5,12%, respectivamente.
O servidor público capixaba João Paulo Angeli, de 29 anos, está pesquisando passagens para passar o carnaval em Belo Horizonte com os amigos e também pretende viajar de ônibus. Ele conta que nem chegou a consultar os preços das passagens de avião, por estarem fora do seu orçamento.
— Sempre são altíssimos os valores nesses feriados, e como o destino é perto, acabei olhando só ônibus, até porque sempre é uma economia. Vi passagem de leito para Belo Horizonte por R$ 187. Não sei se acharia um preço assim de avião — diz.
A jornalista e fotógrafa Bianca Guilherme, de 26 anos, pensa em aproveitar o carnaval fora de São Paulo, onde começou a trabalhar neste mês. Ela deve visitar o Rio. A ideia é rever o namorado e os amigos, além de curtir os blocos de rua. Bianca até chegou a cogitar a viagem de avião, mas os preços das passagens estavam altos.
— Claramente não existe lugar melhor para curtir o carnaval. No início de janeiro, encontrei um preço muito bom, de R$ 500 ida e volta de avião, mas esqueci de comprar. Quando voltei, já estava caríssimo. Achei passagem por R$ 1 mil ida e volta — afirma Bianca: — Se fosse escolher, eu preferiria avião, porque é bem mais rápido. E o ônibus ainda corre risco de você ficar preso por horas no trânsito.
Agora, ela pretende ir de ônibus na noite de 8 de fevereiro e voltar no dia 13, um pouco mais cedo, para fugir do trânsito. Bianca conta que não tem sido fácil encontrar boas oportunidades de passagens, no entanto:
— Ainda estou pesquisando. Não senti diferença nos preços, não, mas achei poucos assentos disponíveis nos ônibus e poucos horários — ela relata.
Vendas já dobraram em site de passagens
Principal ponto de chegadas e partidas na capital fluminense, a Rodoviária do Rio prevê um aumento de 5% no fluxo de passageiros entre os dias 8 e 19 de fevereiro, em comparação com o ano passado, quando 500 mil passageiros passaram pelo terminal, entre embarques e desembarques.
O grupo JCA, que inclui companhias como a Autoviação 1001, Catarinense e Cometa, espera um aumento de 30% nas vendas de tíquetes e pode incrementar a grade com horários e ônibus extras para atender à demanda do período. Segundo a companhia, os destinos mais procurados para o carnaval, tanto para quem chega quanto para quem sai da cidade do Rio, são os municípios da Região dos Lagos — como Cabo Frio e Búzios — além das cidades de São Paulo e Belo Horizonte.
Já a Costa Verde Transportes, que opera itinerários entre a capital fluminense e cidades do Litoral Sul do Rio, já contabiliza um crescimento de 20% nas vendas em comparação com o carnaval de 2023. Os principais destinos são as cidades de Angra dos Reis e Paraty, e 15 veículos devem reforçar a operação para a data.
A ClickBus, plataforma de compra de passagens rodoviárias, registrou mais de 167 mil buscas por passagens e uma redução de 15% no preço médio para viajar no carnaval. De acordo com a empresa, em janeiro, as buscas já cresceram 274% em comparação ao começo do mês de dezembro de 2023, e as vendas de bilhetes para a data subiram 118%, em relação ao mesmo período no ano anterior.
— O carnaval é uma data importante para o turismo e serve como um termômetro para entender quais serão os principais destinos e a quantidade de viagens que serão realizadas nos próximos feriados — afirma Phillip Klien, CEO da plataforma.
Os destinos que apresentam maior movimentação no período, considerando embarques e desembarques, são as cidades do Rio, São Paulo e Belo Horizonte, além de Curitiba, Maringá e Londrina, no Paraná; e Florianópolis, Balneário Camboriú, Joinville e Itajaí, em Santa Catarina.
A Buser não tem dados específicos para o período, mas diz que estima transportar 500 mil passageiros entre dezembro passado e fevereiro de 2024, levando em conta embarques e desembarques. O volume é cerca de 60% maior que o mesmo período anterior.


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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