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Holding de Cuiabá entra no mercado de M&A e mira em expansão nacional
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Com mais de 6,5 mil clientes ativos, a Tutors Participações, de Cuiabá-MT, está ampliando sua área de atuação para o setor de M&A (fusões e aquisições de empresas). O avanço para um mercado em franco crescimento faz parte de um ousado planejamento da holding, que prevê, para os próximos anos, a consolidação de sua expansão nacional. Do segundo semestre de 2023 até 2024, a companhia já concluiu seis negociações.
As operações abrangem setores de consórcios, seguros e investimentos internacionais, alimentos, tecnologia e agronegócio. Dentro da empresa, esse trabalho é realizado por meio da TGA Partners, subsidiária criada para funcionar de forma exclusiva e especializada no campo das fusões e aquisições. Segundo o CEO da Tutors, José Leão Portela, o movimento levou em consideração o fato do Brasil se apresentar como um atrativo para investidores externos.
A afirmação do CEO é confirmada por um relatório da empresa KPMG, no qual 40% dos investidores entrevistados apontam que, na América Latina, o Brasil é “atrativo” para esse tipo de operação e 29% consideram “muito atrativo”. “Temos um país continental, com muitas empresas de pequeno e médio porte. Um mercado muito pulverizado, com players locais e regionais. Esse é um caminho perfeito para consolidações e alta atratividade”, explica Portela.
Neste cenário, o grupo enxerga o agronegócio como um dos principais setores que podem alavancar as M&A. A avaliação é de que empresas ligadas às áreas de revenda de insumos, produção de milho e soja, além de indústrias de etanol intensifiquem esse tipo de operação neste ano. A previsão tem como base impactos causados por fatores como desvalorização nos preços das commodities, redução nas vendas, juros altos e endividamento.
“Atualmente, a rentabilidade da soja e do milho é quase negativa. Estamos vendo produtores endividados com parcelas assumidas anteriormente. Em alguns municípios nos deparamos com máquinas novas estocadas nos pátios das empresas. Em outros, produtores arrendando suas terras. Quando juntamos esses gatilhos, criasse uma projeção robusta para o crescimento das fusões e aquisições”, completa.
Apesar desse cenário, Portela acredita que outros aspectos, além do financeiro, são preponderantes àqueles que buscam parcerias via M&A. Como exemplo, cita que há uma atenção maior para outras faces do capital, como humano, tecnológico, social e cultural. Nesse sentido, ele aponta que a contratação de uma boa empresa de assessoria ajuda a mitigar os riscos da operação e maximizar o valor do negócio, com base nas expectativas do cliente.
“Muitas vezes, a empresa que o cliente construiu representa sua história e seu legado. Portanto, a assessoria deve ter essa sensibilidade e capacidade de entender todas as formas de valores envolvidos. É fundamental buscar uma sociedade em que há o acréscimo de equipes dedicadas, competentes e com ideias inovadoras, junto com a consolidação de uma cultura voltada ao sucesso e prosperidade”, pontua Portela.
TUTORS PARTICIPAÇÕES
A Tutors Participações iniciou sua jornada como Ouro do Cerrado Investimentos e Educação Financeira, mudando sua marca, no final de 2012, para Ouro Investimentos e Ouro Educação Financeira. Hoje, é um ecossistema que ajuda os clientes a alcançarem independência financeira via investimentos nacionais e internacionais, seguros, consultoria de comercialização no agronegócio, crédito e consórcio.
Compõem essa estrutura: A Hedge Agro Consultoria; Ouro Investimentos; Ouro Securitizadora; Ouro Planejamento e Seguros; Racon Consórcios; Real Life; TGA Partners e Tutors Consultoria. A Tutors oferece um portfólio diversificado e completo, focado no processo de independência financeira do cliente.
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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.