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Afeto e Memória: exposição retrata população negra no dia a dia

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A exposição fotográfica Afeto e Memória, em cartaz no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso até 13 de agosto, apresenta 40 obras de dez fotógrafos negros que retratam a população negra em manifestações culturais e situações cotidianas.

“Geralmente, quando a gente está estampado dentro de um veículo jornalístico ou até revista impressa, a gente tem que estar relatando a nossa dor, nunca relatando esse processo de afeto e memória. Então a ideia é trazer outra perspectiva dos nossos corpos pretos, trazer um novo olhar, um olhar não colonial”, disse o fotógrafo Júlio César Almeida, cujas obras estão na mostra.

A proposta da curadoria é que o público possa refletir sobre a complexidade das emoções e os laços afetivos presentes nas comunidades negras. Com isso, a mostra busca ampliar a compreensão e o reconhecimento da contribuição da cultura afro-brasileira para a sociedade.

“São imagens belíssimas que conseguem retratar o que é o Brasil de outra perspectiva. Eu acho que são imagens que contam a nossa história, pensando não só no processo periférico, mas [de forma] abrangente, são imagens que contam a história do Brasil”, avaliou Almeida.

Ele acrescentou que “as imagens trazem, além dessa leveza e do processo de autoestima enquanto povo preto, o que é realmente o Brasil”. Almeida aponta ainda a necessidade de se levar referências negras para o audiovisual, que é excludente, caro e está ocupado majoritariamente por pessoas brancas.

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Com entrada gratuita, a exposição tem curadoria de Bárbara Copque e Rosane Borges e reúne trabalhos de dez fotógrafos negros: Bete Marques, Daisy Serena, Eliária Andrade, Gsé Silva, Helen Salomão, Ina Henrique Dias, Júlio César Almeida, Mari Ser, Nego Júnior e Rodrigo Zaim.

A fotógrafa e idealizadora do projeto, Eliária Andrade, avalia que em um país onde a maioria das pessoas é preta e sempre estive à margem da produção cultural, “a exposição tem como premissa proporcionar um espaço de visibilidade e reconhecimento para fotógrafos negros e suas narrativas”.

Além da exposição, há ainda programação com rodas de conversa com os fotógrafos e curadores e uma oficina de colagem de lambes. “Tem a oficina de lambes, que é uma fotografia mais acessível e que é mais democrática, porque você consegue ampliar a imagem por um preço barato e consegue colar na rua. É uma intervenção política e você consegue fazer isso na rua, não precisa ter um lugar específico, uma galeria, para mostrar seu trabalho”, destacou Almeida.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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