BRASIL
Caminhos da Reportagem trata da malária no Brasil
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A malária é uma das doenças parasitárias mais antigas do mundo. Em 2021, o Brasil registrou 145 mil casos da doença. Considerada uma doença negligenciada, de acordo com classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a malária é tema do Caminhos da Reportagem deste domingo (20/03).
A doença é causada por quatro diferentes tipos do protozoário do gênero Plasmodium, sendo que no Brasil são encontradas três espécies: o P. Vivax (o mais comum no país), o P. Falciparum e o P. Malariae. A doença é transmitida pela fêmea infectada do mosquito Anopheles, que pica o ser humano, que, por sua vez, se transforma em hospedeiro do protozoário. Se um mosquito não infectado picar uma pessoa contaminada, ele passa também a transmitir a malária. Os sintomas mais comuns da doença são febre alta, calafrios e falta de apetite.
O Amazonas foi o estado que mais registrou casos de malária em 2021, quase 40% dos casos do país. Em Manaus e região, é comum encontrar quem já teve malária. E mais de uma vez. Ismael Munduruku, cacique do Parque das Tribos, comunidade na periferia de Manaus, faz as contas de quantas vezes já teve malária: “Eu tive 21 vezes malária. Aqui na cidade eu tive umas 3 vezes e o restante eu tive no interior”. O aposentado Matias Coricos, que mora na comunidade Abelha, também em Manaus, afirma que já teve 13 vezes a doença. A sua esposa, Rosita Coricos, contabiliza 10 vezes que teve malária.
A diretoria do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, Marinélia Ferreira, afirma que a malária, por ser uma doença endêmica, é muitas vezes banalizada pela população. “Muitas pessoas vêm com orgulho já ter uma, duas, 10, 15, 20 vezes o agravo. Quanto mais infecções a pessoa tem, a possibilidade de agravar é muito maior”.
A malária tem cura, mas pode evoluir para formas graves em poucos dias se não for diagnosticada e tratada corretamente. O tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), mas muitas pessoas abandonam o tratamento porque sentem melhora nos sintomas nos primeiros dias de remédio.
A pandemia do novo coronavírus afetou o controle da malária no Brasil, visto que as ações de controle da malária dependem das Unidades Básicas de Saúde. Marinélia lembra que o agente de saúde precisa entrar na casa das pessoas, fazer o teste, orientar os moradores. “Essa atividade nós tivemos que reduzir, pelo próprio risco do morador como também do agente”.
O infectologista Marcus Lacerda afirma que houve um número de casos reprimidos de pessoas que estavam infectadas e que não receberam o tratamento. “Mas a malária mostra o seu impacto muito tempo depois. A gente tem visto vários locais na Amazônia onde o número de casos aumentou muito. A gente, obviamente, não pode atribuir claramente à pandemia, mas é preciso lembrar que no Brasil os mesmos profissionais têm que se dividir entre controle de várias doenças”, explica. O infectologista ainda reforça que as novas doenças, como a covid-19, não eliminam as doenças antigas, como a malária. “É preciso que a gente tenha uma visão estratégia do quanto que a gente precisa avançar no controle de doenças tão antigas, para que a gente tenha a energia e esforços coletivos para controlar novas doenças”.
O Caminhos da Reportagem é neste domingo, dia 18/03, às 20h.
Ficha técnica
Reportagem: Ana Graziela Aguiar
Produção: Flávia Lima, Flavia Peixoto, Tiago Bittencourt
Apoio à produção: Aline Beckstein
Imagens: Alexandre Silva
Auxílio técnico: Alexandre Sousa
Edição de texto: Flávia Lima
Edição de imagens e finalização: André Eustáquio
Artes: Eudes Lins
Agradecimentos: Iniciativa medicamentos para doenças negligenciadas (DNDi)


BRASIL
Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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