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Em SP, Memorial da Resistência promove Semana de Direitos Humanos

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O Memorial da Resistência de São Paulo inicia, na próxima quarta-feira (23), a Semana de Direitos Humanos e Democracia: Construindo um país mais humano, em parceria com a Fundação Friedrich Ebert (FES). O evento tem atividades até domingo (27) e ainda recebe inscrições de participantes.

Na programação, a exposição Memórias do Futuro: Cidadania Negra, Antirracismo e Resistência entra em reta final e ainda pode ser conferida em visita mediada. A proposta da mostra, que teve um público, em mais de um ano, de mais de 80 mil pessoas, se encerra no dia 27, é dar visibilidade a mobilizações da população negra no estado de São Paulo, de 1888, ano da abolição da escravatura, até os dias de hoje. A curadoria é do sociólogo e escritor Mário Medeiros.

Conforme a diretora da instituição, Ana Pato, ao se perseguir a ideia de fortalecer a cultura democrática, “não se pode esquecer que isso só se materializa com o enfrentamento ao racismo”. Uma das questões em torno das quais o movimento negro trabalha tanto nas ruas como na academia é o chamado mito da democracia racial. 

“A gente precisa pensar: de que democracia a gente está falando?”, indagou a representante do memorial. Ela lembrou que parte das celebrações dos 45 anos do Movimento Negro Unificado aconteceu no local, o que sinaliza o potencial da aproximação de movimentos sociais e instituições museológicas.

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Outro destaque do evento é a Coleta Pública de Testemunhos: Memórias do Futuro – Lésbicas e Negras, que ocorrerá no próximo sábado (26), às 14h, no auditório do memorial, no contexto do mês da Visibilidade Lésbica. O memorial já realizou, anteriormente, uma coleta coletiva de relatos e tem feito outras, de tempos em tempos, de modo individual.

Segundo Ana Pato, a instituição tem atraído mais atenção nos últimos tempos, ampliando o público, que geralmente é de professores e acadêmicos de história, que acabam por vezes promovendo passeios com alunos pela instituição. No início do governo Bolsonaro, a reportagem conversou com a direção do memorial e, segundo a instituição, a percepção era a de que muitos visitantes, inclusive estudantes, aderiam à onda de negacionismo e revisionismo histórico, o que, agudizando-se na pandemia de covid-19, colocaria sob suspeita até mesmo a eficácia de vacinas.

Perguntada sobre esse aspecto, a avaliação da diretora é, em outros termos, “de que contra fatos não há argumentos”, já que, quanto mais se documentam os fatos e os publicizam, menos há margem para contestá-los coletivamente. “A gente tem sempre que olhar o lugar de memória articulando nessa chave de política pública, uma política pública vinculada aos crimes de Estado cometidos no passado. Porque, na hora em que há um reconhecimento pelo Estado e esse lugar se torna um lugar de memória, esse lugar se torna um espaço em que a gente pode trabalhar no nosso cotidiano para que o revisionismo seja discutido”, disse.

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“Talvez a gente tenha trabalhado com esse tema com muito tabu, muito medo de falar, no Brasil. É preciso falar de direitos humanos. Há um sentimento de que é preciso falar disso. O Brasil precisa olhar para os seus monstros”, acrescentou, em referência aos períodos de autoritarismo.

O memorial também está lançando, esta semana, em seu site matérias jornalísticas de Julia Kumpera, que integram o projeto “Lesbianidade em tempos verde-oliva: políticas repressivas e sociabilidade lésbica“. A proposta foi viabilizada pelo edital Memórias do Presente: Comunicação em Direitos Humanos.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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