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Estudo analisará erosão costeira e ressacas em município fluminense
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A prefeitura de Macaé, no norte fluminense, acertou a elaboração de um estudo técnico e ambiental que será realizado com o Instituto Politécnico e o Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Coordenado pelo decano do Centro Multidisciplinar da entidade de ensino no município, professor Irnak Barbosa, o estudo vai analisar o processo de erosão costeira que há tempos atinge o município. O trabalho terá ainda acompanhamento do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
A situação na região se agravou no último domingo (19) com a ressaca do mar na praia Barra de Macaé, no bairro Fronteira, zona norte da cidade. Ondas de quase 3 metros provocaram o desabamento de dois imóveis e danos em mais três, queda de cinco postes e destruição da pista da orla, que, por isso, ficou interditada. Sete pessoas ficaram desabrigadas e 180 desalojadas. Além disso, 60 imóveis foram interditados pela Defesa Civil, que está cadastrando as famílias para receberem aluguel social no valor de até R$ 990.
Segundo o prefeito Welberth Rezende, o estudo deve resultar em um projeto de infraestrutura para evitar o avanço da erosão e garantir a segurança dos moradores e comerciantes da região. “Medidas paliativas não permitem mais proteger as famílias que residem próximo à orla. Nossa proposta é buscar, no conhecimento e na pesquisa, a intervenção que pretende acabar com os riscos”, afirmou Rezende, em texto publicado no site da prefeitura.
O geógrafo marinho da Universidade Federal Fluminense (UFF), Eduardo Bulhões, que foi convidado para participar do grupo do estudo, disse que a localidade é muito próxima da foz do Rio Macaé e que essa instabilidade é causada, entre outros motivos, pela ocupação indevida dos terrenos próximos da linha de água.
“Ali já havia, há muitos anos, um problema associado à erosão. Já havia sido feita, também há muitos anos, uma espécie de obra emergencial. Colocaram blocos de rocha de frente ao mar, mas os especialistas tinham expectativa de que aquela área vulnerável, com o passar dos anos, se tornaria alvo desse tipo de evento, com ondas muito fortes chegando em uma área já fragilizada pela ocupação urbana. Neste episódio, casas caíram, o que é algo sempre muito grave do ponto de vista de segurança e de defesa das pessoas”, observou Bulhões em entrevista à Agência Brasil.
De acordo com o secretário de Defesa Civil de Macaé, Joséferson de Jesus, a prioridade é a remoção das famílias da área atingida com a ressaca e também da que já tinha sofrido danos em outro momento, onde as casas já estavam interditadas, mas foram reocupadas.
“O trabalho agora é a remoção das pessoas e a identificação dos imóveis atingidos para que as pessoas possam aderir ao aluguel de emergência que é ofertado pelo município”, acrescentou Joséferson, em vídeo divulgado pela prefeitura.
“A prioridade neste momento é esvaziar, desmobilizar toda essa região que já foi e pode ser afetada em eventos futuros, para que possamos trabalhar em uma solução definitiva para esta área”, disse, acrescentando que ao receber o termo de interdição da Defesa Civil, o morador deve procurar a Secretaria de Habitação que faz atendimento na própria comunidade.
Fonte: EBC GERAL


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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