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Festival artístico em SP celebra integração de povos latino-americanos

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O Festival de Integração dos Povos da América Latina termina na noite (22h) deste domingo (22), no Largo da Batata, em Pinheiros, na capital paulista. Ao longo do dia, se apresentam ao ar livre e gratuitamente artistas de diversas expressões culturais de países latinos, caribenhos e africanos. O festival ocorre na semana do aniversário da cidade, 25 de janeiro, e celebra a cultura dos imigrantes, os direitos humanos, a diversidade e os povos originários.

Tânia Bernuy nasceu no Peru e está há 20 anos no Brasil. “Quase metade da vida aqui”, relata. Ela veio por motivos de reunificação familiar e hoje está à frente, como diretora executiva, da Associação Latino-americana de Arte e Cultura (Alac), que é promotora do evento. “A gente acha que a cultura ainda é o melhor caminho para alcançar a integração cultural e inclusão social”, aponta.

A auditora Betty Berdjo é filha de pais peruanos que estão no Brasil há 30 anos. “Aqui tem um pouco da minha história. Minha família se estabeleceu no interior, em Sorocaba. Meus pais criaram uma comunidade de pessoas do Peru também lá. Eu cresci nesse ambiente, nessa cultura, ter essa vivência em casa foi muito bom. Cresci falando duas línguas, com essas duas culturas”, contou à Agência Brasil.

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Levantamento da prefeitura de São Paulo, com base em dados de 2019 da Polícia Federal, apontam que cerca de 360 mil imigrantes residem na capital paulista. Entre as nacionalidades mais recorrentes estão bolivianos, chineses e haitianos.

“Culturalmente é um país bastante acolhedor. No campo da cultura artística, tem as portas abertas”, avalia Tânia. Ela acrescenta, no entanto, que no campo dos direitos humanos, de inclusão social, do trabalho “é uma resistência um pouco maior”. A diretora ressalta avanços importantes, como a criação da Coordenação de Políticas para Imigrantes na prefeitura de São Paulo, na gestão de Fernanda Haddad. “Uma política que ajudou a ter a perspectiva de imigrante como sujeito de direitos também.” 

Apresentações

A programação, que tem apoio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, conta com apresentações de ritmos como cumbia, salsa e reaggaeton. A partir das 18h, por exemplo, se apresentam a Banda Leonardo Matumona, o grupo de música e de dança togolesa Maobé, a orquestra colombiana Tríptico Caribe e a orquestra de salsa cubana Timba Havana, que encerra o festival.

Além da música, há venda de comidas da culinária peruana e boliviana. As empanadas artesanais bolivianas são servidas por Lizebth Aide Chacalla, que está há 15 anos no Brasil. A Munnay Panaderia faz entregas por delivery e sob encomenda por meio das redes sociais. Quem for ao evento hoje vai poder provar, por exemplo, a empanada Pucacapa. 

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“O nome vem da língua quéchua, que é uma língua originária da região da Bolívia, do Peru, que significa capa vermelha, é porque a gente passa uma pimenta vermelha por cima, por isso é pucacapa, capa vermelha. Tem também a salteña, que é o salgado mais tradicional da Bolívia. É um salgado suculento, de origem argentina, mas na Bolívia a gente mudou o recheio, que fica mais suculento”, apresenta.

Lizebth chegou ao país com 8 anos. “Foi bem difícil, mas a gente conseguiu entrar na escola, aprender o português então acho que a gente conseguiu se virar bem”, relembra. A jovem lamenta que muitos bolivianos não consigam fugir da cadeia de exploração no Brasil, com situações de trabalho análogo à escravidão, especialmente no segmento têxtil. “A gente conseguiu sair dessa cadeia. A gente estudou, a minha irmã é designer e eu estudei gastronomia. Estou trabalhando com padaria para quebrar esse ciclo.”

Edição: Nélio Neves de Andrade

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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