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Flup 23: Machado de Assis e Lima Barreto são os homenageados
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A Festa Literária das Periferias (Flup) anunciou a programação da edição deste ano, que acontece no dia 13 de maio. A data foi escolhida por ser o dia de abolição da escravidão no Brasil, o dia dos pretos e pretas-velhas na Umbanda e o dia do nascimento do escritor Lima Barreto. Esse último é um dos destaques do evento por ser a inspiração do livro Quilombo do Lima, que reúne contos de 22 autores negros, e vai ser lançado na ocasião.
A programação da Flup 23, no dia 13, terá concentração na Ladeira do Livramento, região da Providência, considerada berço da favela, do samba, da literatura e das culturas afro-brasileiras no geral. É também o local de nascimento de Machado de Assis. Na edição desse ano, ele é homenageado ao lado da Mãe Beata de Iemanjá com o tema Mundo da palavra, palavra do mundo. Os organizadores explicam que “mundo da palavra” é uma referência ao fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL) e um dos maiores escritores do país. E que “palavra do mundo” lembra da Iyalorixá, escritora que, além dos terreiros de Candomblé, atuou na luta pelos direitos humanos, com foco nas questões raciais, de gênero e LGBTQIA+.
“Vamos fazer esta celebração para evocar os pretos e pretas-velhas ancestrais, pedindo licença para incluir Lima e Machado, e festejar também os mais velhos e mais velhas que com sua obra e genialidade continuam hoje a nos ensinar o que é o Brasil”, destaca Julio Ludemir, diretor-fundador da Flup.
“Com Mãe Beata, a Flup quer chamar atenção para a força da cultura oral afro-brasileira, que se desdobra em outras escritas e literaturas e chega até aos slams, a poesia falada. Com Mãe Beata, queremos dar a importância devida ao modo como iyalorixás e babalorixás passam conhecimento e sabedoria para seus filhos e filhas”, explica Daniele Salles, porta-voz da Flup.
Música e debates
A lista completa de eventos do dia inclui ainda cortejos carnavalescos, atividades infantis, feijoada, mesa de debate, homenagem à Mãe Beata de Iemanjá e show de Leci Brandão. A programação começa às 10h, na Praça do Cais do Valongo, com o Afoxé Filhos de Gandhy. Às 11h, o Bloco Prata Preta segue do local até a Ladeira do Livramento, parando na Arena Samol. Lá, haverá a apresentação de Axé da sacerdotisa do Candomblé Mãe Glória, com lavagem das escadarias. Ao meio-dia, é hora da feijoada dedicada aos pretos e pretas-velhas.
Uma mesa de debates especial às 17h vai reunir o músico e escritor Gilberto Gil, eleito em 2022 para a ABL, e o sambista e escritor Haroldo Costa, com mediação da escritora Eliana Alves Cruz. Às 19h, é o momento do samba de roda, com Dona Zélia do Prato, uma das mestras sambadeiras do Recôncavo Baiano. A escola de samba Vizinha Faladeira, campeã do carnaval do Grupo B da Liga Independente Verdadeiras Raízes das Escolas de Samba (LIVRES), se apresenta em seguida. Para fechar o dia de espetáculos, Leci Brandão comanda um show às 21h.
Programação infantil
A Flup também tem uma programação para as crianças. No dia 13 de maio, às 10h, acontece o Cortejo de Leitura na Ladeira do Livramento. A atividade é comandada pelas Pretinhas Leitoras, Duda e Helena Ferreira, com a participação de um grupo de 13 autoras negras de livros infantis. Elas vão ler as próprias histórias. A ciranda de histórias homenageia o escritor Machado de Assis, que vai emprestar o nome a uma nova Sala de Leitura na Arena Samol.
As Pretinhas Leitoras, Duda e Helena, entrevistam, às 12h15, o escritor Henrique Rodrigues, autor do livro infantil “Machado de Assis menino”. A história fala do garoto que sonhava frequentar uma biblioteca escolar no Morro do Livramento. Das 15h às 19h, as crianças vão poder aproveitar um parque de brinquedos infláveis na Rua do Monte. E a partir das 18h30, Elis MC estará à frente do Bailinho da Crespinhos, com hiphop, passinho e coreografias.
Fonte: EBC GERAL


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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