Search
Close this search box.
CUIABÁ

BRASIL

Foliões elogiam espaços cercados no carnaval de Brasília

Publicados

BRASIL

Homens e mulheres revistados separadamente por seguranças e com itens como garrafas de vidro e objetos cortantes barrados. A entrada de alguns espaços carnavalescos em Brasília mais lembra um show que um bloco de carnaval.

Em pontos como a Praça das Fontes, no Parque da Cidade Sarah Kubitschek, e o Setor Carnavalesco Sul, nome do Setor Comercial Sul durante o carnaval, a celebração ocorre em espaços cercados por grades. A experiência agrada aos foliões, que elogiam a segurança nos eventos.

“Entendo que o carnaval é uma festa aberta, mas também entendo a necessidade de segurança. O espaço é fechado, mas tem a vantagem de as pessoas serem revistadas na entrada, o que passa um respaldo para nós”, diz o publicitário Vinícius Pontes, 25 anos, que acompanhava a folia no Setor Carnavalesco Sul na tarde desta segunda-feira (20).

Na Praça das Fontes, os foliões elogiavam a segurança proporcionada pelo cercamento. Tradicionalmente cercado com alambrados durante festas, o local abriga neste carnaval a Plataforma da Diversidade, com os blocos Rebu Coletiva e Vamos Fullgil tocando nesta segunda-feira.

Com foco no público LGBTQIA+, a Plataforma da Diversidade serviu de pretexto para o professor Fernando Nicolau e o bancário Victor Hugo Oliveira fazerem um ensaio fotográfico pré-casamento. Eles aproveitaram o espaço ainda vazio no início da tarde desta segunda para tirarem as fotografias e elogiaram a estrutura e o acolhimento. “Este é um lugar que acolhe as pessoas, independentemente dos rótulos. Isso que é bacana. A estrutura é maravilhosa” diz Victor.

Apesar de reconhecerem a segurança proporcionada pelo cercamento, o casal diz que esse não é o motivo principal que os levou a escolherem o local para o ensaio fotográfico. “O Bloco Vamos Fullgil tem músicas de Gilberto Gil, de quem a gente gosta muito”, justifica Victor. Para Fernando, a própria proposta da Plataforma da Diversidade atrai um público mais tranquilo à Praça das Fontes que a outros pontos de Brasília. “Aqui têm famílias e crianças. A galera é mais tranquila”, avalia.

Leia Também:  Governo quer que participação da sociedade seja marca do Brasil no G20

Estrutura

Uma das organizadoras do Bloco Rebu Coletiva, a administradora Emilly Amorim defende que o alambrado não ajuda apenas a garantir a segurança como permite a melhoria de estruturas. Ela cita um espaço voltado para crianças e rampas para pessoas com deficiências, que permitem a Emilly, que é cadeirante, subir ao palco e dançar.

Brasília (DF), 20/02/2023 - Emilly Amorim durante entrevista para Agência Brasil no bloco de carnaval Rebu. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil Brasília (DF), 20/02/2023 - Emilly Amorim durante entrevista para Agência Brasil no bloco de carnaval Rebu. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Organizadora do Bloco Rebu Coletiva Emilly Amorim . Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil – Antonio Cruz/Agência Brasil

A organizadora, no entanto, não considera o cercamento única medida para a falta de incidentes no espaço, que reuniu cerca de 8 mil pessoas no sábado (18) e 6 mil pessoas no domingo (19). “Por ser voltado para esse público [LGBTQIA+], a Praça das Fontes atrai mulheres heterossexuais que querem fugir de assédio e de violência. Também atrai famílias que querem tranquilidade. Os pais podem deixar os filhos num espaço de atividades lúdicas [instalado embaixo de uma tenda] e aproveitar o carnaval a sós por alguns instantes”, diz.

Uma das mulheres hétero atraídas pela diversidade foi a nutricionista Priscila Prado, 24 anos. No início da tarde desta segunda, ela aproveitou a segurança e a tranquilidade da Praça das Fontes para curtir o carnaval junto com o namorado. “A mensagem de respeito a gênero, raça, orientação sexual deve existir não apenas no carnaval, mas em todas as épocas do ano. Aqui, as pessoas podem ser elas mesmas, sem ser julgadas”, afirma Priscila, que diz aproveitar o primeiro carnaval da vida em espaço público para enterrar as preocupações com a pandemia de covid-19.

Brasília (DF), 20/02/2023 - Pricila Prado durante entrevista para Agência Brasil no bloco de carnaval Rebu. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil Brasília (DF), 20/02/2023 - Pricila Prado durante entrevista para Agência Brasil no bloco de carnaval Rebu. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Leia Também:  Governo federal inaugura trecho de 17 km da BR-153 em São Paulo
Pricila Prado durante entrevista para Agência Brasil no bloco de carnaval Rebu. Antonio Cruz/Agência Brasil

Repressão

Em pelo menos um caso, o cercamento provocou efeito oposto ao da ampliação da segurança. Na noite de sábado (18), a Polícia Militar (PM) dispersou, com gás de pimenta, foliões que ficaram até mais tarde no Setor Carnavalesco Sul ou que tentavam entrar pelo alambrado após o encerramento dos festejos. O gás espalhou-se pelo espaço e provocou tumulto, o que levou o deputado distrital Fábio Félix (PSOL) a pedir providências à PM.

“A corporação agiu em situações pontuais para encerrar vias de fato e impedir que foliões mais exaltados invadissem locais que já estavam fechados por atingirem capacidade máxima. A corporação também teve que fazer uso da força por conta de agressões contra policiais. Foram arremessadas garrafas contra os militares e um policial chegou a sofrer lesões na mão e joelho”, respondeu a PM por meio de nota.

Edição: Aline Leal

Fonte: EBC Geral

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

BRASIL

Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

Publicados

em

A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

Leia Também:  Greve dos aeronautas segue pelo 4º dia com voos atrasados

“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

Leia Também:  Em entrevista à TV Brasil, Roger Waters defende diálogo pela paz

Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA