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Geometria e arte cinética compõem retrospectiva de Sérvulo Esmeraldo

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Desde a observação das formas da natureza até os trabalhos que se movem a partir do contato do corpo do espectador. geometrias que começaram a ganhar forma no interior do Ceará, ganharam consistência em São Paulo e chegaram a maturidade na França. Os quase 70 anos de carreira do artista Sérvulo Esmeraldo recebem uma exposição panorâmica que abre nesta quarta-feira (30), no Centro Cultural Banco do Brasil, no centro da capital paulista.

A mostra traz xilogravuras que Esmeraldo produziu ainda no início da carreira, na década de 1950, baseadas em elementos como folhas e conchas. Os trabalhos mais recentes têm data próxima dos anos finais de vida do artista, que morreu em 2017. São esculturas em metal, com formas geométricas e cores bem definidas. Em algumas, as sombras também fazem parte da composição. “Você tem horas, quando você está a uma certa distância, você nem consegue perceber muito bem o que é o objeto e o que é a sombra. É um caminhar de linhas que dialogam”, comenta Marcos Lontra, que assina a curadoria ao lado de Dodora Guimarães Esmeraldo, viúva do artista.

Sombras e movimento

É esse tipo de pensamento estético que, segundo o curador, o artista trabalhou em grandes obras elaboradas para marcar o espaço público, como o Interceptor Oceânico, na Avenida Beira Mar, em Fortaleza.

“Quando ele começa a fazer esculturas públicas, isso passa a ter um valor maior ainda, porque a própria luz do sol movimenta a sombra. E ao movimentar essa sombra, cada momento do dia é uma escultura diferente. Então, ele começa a criar essas interferências na paisagem”, detalha Lontra.

A passagem de mais de 20 anos pela França, que teve início com uma bolsa de estudos oferecida por aquele país, também faz parte da mostra. Foi nessa etapa que Esmeraldo se tornou um dos pioneiros da arte cinética, em que os trabalhos do artista produzem movimento a partir do contato com o corpo do espectador, pela transmissão de energia eletroestática.

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Nesses trabalhos, em que Esmeraldo se conecta com outros artistas de seu tempo, como os também latino-americanos Jesus Raphael Soto e Cruz-Diez, o curador vê um tanto daquele menino observador, que passou a infância no interior do Cariri. “Quando ele era criança, os ciganos iam para os alambiques concertar os tachos de cobre que faziam rapadura e deixavam aqueles fragmentos de solda. Ele, com isso, criava pequenas engenhocas e colocava nas canaletas de irrigação. Então, tinha essa coisa de como ele observava o movimento. Aí, começa a aparecer a ideia do cinético, do movimento”, relaciona o curador a respeito dos trabalhos da série Excitáveis.

São Paulo (SP), 29/08/2023 - Exposição SÉRVULO ESMERALDO: LINHA E LUZ, com curadoria de Marcus de Lontra Costa e Dodora Guimarães Esmeraldo, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB-SP. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil São Paulo (SP), 29/08/2023 - Exposição SÉRVULO ESMERALDO: LINHA E LUZ, com curadoria de Marcus de Lontra Costa e Dodora Guimarães Esmeraldo, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB-SP. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Mostra Sérvulo Esmeraldo no CCBB-SP, por Rovena Rosa/Agência Brasil

Retorno às linhas

No retorno ao Brasil, no final da década de 1970, o artista teve que se adaptar a um ritmo diferente da vida nos grandes centros. “Quando ele volta para o Ceará, não conseguia mais trabalhar com acrílico, porque não tinha. Ele não podia trabalhar com mármore. A única mina de mármore que tinha ali perto, no Rio Grande do Norte, foi inundada para construir um açude. Então, ele se concentra no metal. Aí, no metal ele se reinventa, começa a trabalhar com essas linhas e com essas cores. E isso são alusões ao que ele fazia no início, no Crato”, conta Lontra.

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As esculturas em acrílico são outra marca do período que Sérvulo passou na Europa, quando se aventurava por materiais ainda pouco usados pelas artes. Apesar das diferenças que aparecem ao longo da trajetória do artista, o curador afirma que nunca há um abandono completo do que Esmeraldo fazia anteriormente, mas, sim, um acúmulo. E atravessando todo o trabalho, Lontra vê o olhar do menino que se deslumbrava com as formas e movimentos do mundo.

“Antes de ser um artista da geometria, ele é um artista da observação, da pesquisa e da essência”, resume.

Visitação

A exposição Linha e Luz, com 110 obras de Sérvulo Esmeraldo, vai até o dia 20 de novembro. O CCBB abre todos os dias, exceto terças-feiras, das 9h às 20h. A entrada é gratuita.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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