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Literatura Sáfica dá protagonismo ao amor entre mulheres

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A italiana Miriam Squeo se descobriu bissexual aos 28 anos, depois de uma vida heterossexual. “Nesse momento de transição, foi muito difícil para mim entender o que estava acontecendo e revolucionando a mídia naquele momento”, disse, em entrevista à Agência Brasil. Miriam afirmou que não conhecia nada da literatura sáfica, escrita por lésbicas ou por mulheres que não se entendem como lésbicas, mas que gostam de pessoas do sexo feminino.

Seu primeiro contato com o amor entre lésbicas foi o filme Azul é a Cor Mais Quente, de 2013, que assistiu na televisão. “Foi o primeiro filme que dava visibilidade lésbica no cinema de maneira tão aberta assim. Foi um ano em que começava a sair um pouquinho da sombra a relação entre mulheres”.

Mesmo assim, Miriam demorou muitos anos para se abrir com os pais, que são do sul da Itália. A conversa aconteceu há duas semanas, ela já com 36 anos. “Acho que o livro me deu essa coragem”, concluiu, referindo-se à primeira obra de sua autoria, intitulada “Por trás dos meus cabelos”, lançado pela editora Autografia, na semana passada. Escrita em português, a obra demonstra todo o amor que Miriam sente pelo Brasil, onde mora há três anos e meio. Aqui, ela se sentiu mais livre.

No período em que vive no Brasil, Miriam Squeo se inteirou da literatura sáfica. Decidiu escrever não só porque foi uma terapia para ela, mas também porque gostaria de ter lido algo parecido quando se descobriu bissexual, pelos amores que viveu no curso do ano e, também, porque acredita que é preciso desmistificar o amor entre mulheres.

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“Hoje, a sociedade vê isso quase como se fosse uma brincadeira”. Afirmou que, no Brasil, principalmente, onde “a sociedade é machista e as relações são abusivas, parece que o amor entre mulheres é como encontrar saída da relação heterossexual”.

Ela entende o sexo feminino como complexo e, por essa razão, as relações entre mulheres são complexas. “Elas podem ser também tóxicas”. Por isso, a escritora tentou colocar essas questões de forma aberta no livro, para tentar traduzir um pouco mais de liberdade no que acontece em um amor sáfico. O livro é autobiográfico, mas romanceado também, esclareceu. “O importante para mim era trazer essa história para os outros”.

Debate

Miriam Squeo é uma das escritoras que participarão de debate sobre a literatura sáfica e as várias formas de amor na nesta segunda-feira (26), às 19h, na Janela Livraria, situada no Shopping da Gávea, na zona sul do Rio. O debate “Literatura sáfica e a fluidez da sexualidade feminina, sobre novas narrativas literárias em torno do amor entre mulheres e a liberdade sexual feminina” celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, comemorado no dia 28 deste mês.

Convite da Janela Livraria sobre literatura sáfica.  Foto: Divulgação Convite da Janela Livraria sobre literatura sáfica.  Foto: Divulgação

Janela Livraria, no Rio de Janeiro, receberá debate sobre literatura sáfica. Foto: Divulgação

O evento terá a participação também de Carla Alves, autora de “Conectadas” e “Romance Real”, editados pela Companhia das Letras. Esse segundo romance de Carla foi lançado recentemente em inglês, nos Estados Unidos. A conversa será mediada pela jornalista e editora da Revista Brejeiras, dedicada ao público lésbico, Camila Marins.

Vozes lésbicas

Uma das quatro sócias da Janela Livraria, Antonia Moura explicou que a literatura sáfica é uma literatura feita, principalmente, por mulheres que se identificam de alguma forma como lésbicas ou em um dos gêneros LGBTQIAPN+. “São livros feitos por mulheres que têm um lugar de fala. Eu acho isso muito importante. Acho que, da mesma forma que a gente quer que haja mais vozes negras, mais vozes trans, mais vozes de pessoas com deficiência, a gente também quer que tenha mais vozes lésbicas com lugar de fala, que não sejam homens escrevendo literatura que conta amores entre mulheres, porque isso é algo totalmente fora da vivência deles”.

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Segundo Antonia, é importante que pessoas que ainda se sentem à margem tenham cada vez mais espaço para contar suas experiências, que podem emocionar, inclusive, homens e mulheres heterossexuais. “Tem coisas que são universais, mas tem experiências que são muito únicas”, destacou. Ela acredita que quanto mais pessoas estiverem sentando à mesa e colocando um pouco da sua visão de mundo ali, mais interessante fica o próprio mundo e a literatura como um todo.

Essa é a primeira vez que a Janela Livraria está fazendo debate sobre a literatura sáfica. Desde o início de junho, a livraria tem colocado em destaque títulos com temática LGBTQIAPN+, em função do Mês do Orgulho LGBT, porque essa é uma bandeira importante para a livraria. Das quatro mulheres sócias da Janela, duas são LGBT. “Debates como esse que ocorrerá nesta segunda-feira são importantes também para as pessoas que ainda estão se questionando e lutando internamente sobre sua sexualidade, afirmou Antonia Moura.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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