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Manaus sofre com expansão urbana em assentamentos precários
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Um estudo publicado recentemente pela rede colaborativa de organizações não governamentais (ONGs) MapBiomas mostra que Manaus é a cidade com maior expansão das áreas urbanizadas em assentamentos precários no país. A ocupação desordenada em áreas de risco trouxe problemas ambientais graves, como a ocorrência de desastres naturais e outros processos de degradação ambiental causados pela ação do homem. No último domingo (12), um deslizamento de terra na capital amazonense atingiu 11 casas do bairro Jorge Teixeira, na zona leste da cidade, e deixou oito mortos. O prefeito David Almeida decretou estado de calamidade pública.
Em razão dessa tragédia, a MapBiomas reuniu dados específicos do bairro onde ocorreram as fatalidades para verificar a evolução de áreas urbanizadas em Manaus. “Especificamente na Rua Pingo D’agua, no Bairro Jorge Teixeira em Manaus, onde ocorreu a morte de oito pessoas devido a um deslizamento de terra, não havia registro de área de risco cadastrada. No entanto, a área encontra-se dentro de um assentamento precário conhecido e delimitado pelo IBGE”, aponta o estudo.
As ações humanas têm provocado grandes alterações no meio ambiente e isso têm desencadeado um cenário de extrema preocupação entre os estudiosos e defensores do meio ambiente. Segundo o MapBiomas, em 1985 a capital do Amazonas tinha uma área de risco com ocupação urbana de aproximadamente 523 hectares. Em 2021 esse número chegou a 1.841 hectares, um aumento de 1.319 hectares aproximadamente, equivalente a 10 mil campos de futebol. Manaus, sozinha, concentrou mais de 36% de toda a ocupação de áreas de risco no estado.
Ainda que a maior área de risco ocupada esteja em Manaus, proporcionalmente outros municípios do Amazonas aumentaram este tipo de ocupação urbana em uma taxa muito maior do que a capital. No total, 50 dos 63 municípios do estado possuem alguma ocupação em áreas de risco.
“A Amazônia lidera o percentual de crescimento das ocupações informais do território brasileiro: 29,3% do crescimento urbano nesse bioma foi em áreas informais. A Região Norte possui 13 das 20 cidades com maior proporção de crescimento, com Belém entre as cinco primeiras da lista”, conclui o MapBiomas.
Ranking dos biomas
A evolução da área urbanizada sobre assentamentos precários e áreas de risco não é uma exclusividade da Região Norte. Segundo o MapBiomas, o crescimento das favelas tem um comportamento parecido com o das áreas urbanizadas, mas, na década de 1990, as áreas informais aceleraram o avanço.
“A expansão da urbanização tem impactos no consumo dos recursos naturais, na qualidade de vida e, de uma maneira geral, na sustentabilidade urbana, mas, quando falamos das favelas, além disso, há uma chance muito grande do aumento de ocupação de áreas de risco por populações mais vulneráveis”, explica Julio Cesar Predrassoli, um dos coordenadores do mapeamento de Áreas Urbanizadas do MapBiomas.
O estudo mostra que, percentualmente, o Cerrado lidera o ranking dos biomas com o maior aumento das áreas urbanizadas em risco com 382%, seguido da Caatinga com 310%, Amazônia com 303%, Mata Atlântica com 297%, Pampa com 193% e por último o Pantanal com 187%.
O levantamento indica que a maior expansão das áreas urbanizadas ocorreu sobre áreas de uso agropecuário. Entre 1985 e 2021, os 2,5 milhões de hectares que foram urbanizados eram 67,8% de uso agropecuário: 30,7% eram áreas de pastagens, 30,5% mosaicos de uso e de agricultura eram 6,4%.
“Apesar de a agropecuária ter quase 70% de crescimento nas áreas urbanas, é o avanço sobre a vegetação nativa que nos chama atenção. Proporcionalmente, alguns estados perderam mais da metade da sua cobertura natural para as áreas urbanizadas, afetando os ecossistemas naturais em que se inserem as cidades e contribuindo para uma resposta menos eficiente aos desafios climáticos”, aponta Mayumi Hirye, coordenadora do mapeamento de Áreas Urbanizadas do MapBiomas.
Tragédia em Manaus
Por meio de nota, a prefeitura de Manaus informou que já identificou mais de mil pontos sensíveis na cidade, sendo que 62 deles são classificados como áreas com alto risco de impacto. “Nos últimos dois anos, a prefeitura solucionou os problemas de grandes erosões em 17 localidades. As áreas foram recuperadas com serviços de drenagem e aterro, para evitar, assim, novas erosões e alagamentos, beneficiando centenas de famílias. Ações emergenciais de contenção continuam em andamento nos bairros Jorge Teixeira e Monte das Oliveiras, onde houve desbarrancamentos durante a forte chuva do último domingo.”
A prefeitura ressaltou ainda que grande parte das ocupações nestas áreas foram realizadas de forma irregular, com construções que passam sobre as redes de esgoto e drenagem, o que corrobora diretamente para as erosões. “O descarte irregular de lixo também é um outro problema, que obstrui a tubulação e provoca erosões. A prefeitura reforça o pedido de apoio à população, para que não jogue lixo nas ruas e igarapés e segue trabalhando em serviços preventivos e emergenciais em todas as zonas da cidade”, finaliza a nota.
Edição: Juliana Andrade
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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