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MAR inaugura ocupação artística sobre Carolina Maria de Jesus
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O Museu de Arte do Rio (MAR) inaugura neste sábado (15) sua primeira ocupação artística gratuita. “Carolina Maria de Jesus: Um Brasil para os brasileiros” – Ocupação MAR apresenta reflexões sobre racismo estrutural, pobreza, fome e superação, a partir da história de vida da escritora Carolina Maria de Jesus, mulher negra, favelada e protagonista da literatura brasileira.
Após passagem pelo Instituto Moreira Salles de São Paulo, a mostra chega ao Parque Madureira, espaço de lazer na zona norte do Rio de Janeiro. Ao todo, serão cerca de 100 obras de 10 artistas, entre fotografias, vídeos, colagens e reportagens de jornal.
A ocupação vai contar ainda com uma peça inédita da artista Silvana Mendes, que também participa da exposição principal do MAR, Um Defeito de Cor – uma interpretação do livro de mesmo nome da escritora mineira Ana Maria Gonçalves. A obra é uma colagem onde Silvana representa Carolina Maria de Jesus cercada por homens brancos e os anula com flores e elementos coloridos, criando uma grande homenagem à escritora.
Para o curador-chefe do MAR, Marcelo Campos, a ocupação artística no Parque Madureira é uma oportunidade de apresentar ao público a história de uma das autoras mais importantes do país em novos espaços da capital fluminense.
“Essa primeira ocupação nos traz a alegria de estar no bairro de Madureira contando uma história importante e bonita da literatura brasileira, além de fundamental para também conhecermos a grandeza da escrita de Carolina Maria de Jesus. Uma mulher negra e favelada que consegue suplantar as suas condições sociais e ganhar fama como uma das escritoras mais importantes do Brasil”.
Segundo a historiadora Raquel Barreto, que divide a curadoria da ocupação artística com o antropólogo Hélio Menezes, Carolina Maria de Jesus passou por diversos gêneros durante a carreira, e sua produção literária vai além de Quarto de Despejo, obra de maior sucesso editorial da autora.
“O sucesso de Quarto de Despejo é importante, mas, por causa da enorme repercussão da obra, Carolina acabou sendo definida apenas como uma escritora de diários, quando, na verdade, ela navegou por diversos gêneros literários, como peças, romances, crônicas, contos e poesias. Nessa apresentação de Madureira, a nossa ideia é enfatizar a Carolina escritora, trazendo imagens pouco conhecidas dela e apresentando-a como multiartista para um público que não a conhece”.
A exposição faz parte do circuito Madureira de Portas Abertas, um dos três editais do Zona de Cultura Madureira, programa da Secretaria Municipal de Cultura que, este ano, injeta R$ 1,5 milhão para ações culturais em um trecho do bairro.
A ocupação artística “Carolina Maria de Jesus: Um Brasil para os brasileiros” – Ocupação MAR no Parque Madureira é uma cooperação do Museu de Arte do Rio com a Secretaria Municipal de Cultura do Rio e o Instituto Moreira Salles. A mostra fica em cartaz até 15 de dezembro.
Carolina Maria de Jesus
Nascida em Sacramento (MG), em 1914, Carolina Maria de Jesus foi uma artista negra que ficou mais conhecida pela escrita de diários. Sua obra de maior sucesso foi Quarto de Despejo, livro lançado em 1960 com tradução para mais de 13 línguas.
Durante muitos anos, Carolina morou na Favela do Canindé, às margens do Rio Tietê, em São Paulo. Nesse período, a escritora trabalhou como catadora de papel para sustentar os seus três filhos. Carolina é uma das autoras mais importantes da história literária e cultural brasileira, e sua obra é considerada imprescindível para compreender o Brasil.
Edição: Lílian Beraldo
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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