BRASIL
Mel produzido na serra catarinense é tema do Caminhos da Reportagem
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O Caminhos da Reportagem foi até o ao município de São Joaquim, na região da serra, em Santa Catarina, para conhecer esse mel que conquistou o selo de indicação geográfica (IG), de denominação de origem, que reconhece que características da região são essenciais para o produto, com o nome IG Planalto Sul. O selo é dado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Neste caso, o mel só é encontrado em uma área de 58.987,1 km², abrangendo 107 municípios de Santa Catarina, 12 do Paraná e 15 do Rio Grande do Sul. Isso porque é a região de uma árvore típica do sul do Brasil, a bracatinga, de onde se origina o mel de melato. A planta é infectada por um inseto, a cochonilha, que se alimenta da seiva da planta. Após a digestão, ela é expelida em forma de secreção doce, o melato colhido pelas abelhas, que, a partir daí, fazem o mel.
Estudos feitos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) concluíram que o mel de melato de bracatinga tem uma acidez mais elevada, menos glicose e é rico em minerais, como o potássio e o magnésio, o que o diferencia do mel floral. As cochonilhas só expelem quantidade suficiente para fazer o mel a cada 2 anos, o que o torna também um produto mais escasso no mercado, que respeita os processos naturais.
Outras indicações geográficas
A região não tem apenas o mel como produto com indicação geográfica. Ali também é produzido o queijo artesanal serrano, o vinho de altitude e a maçã fuji – todos produtos que também possuem o selo de indicação geográfica, que valoriza e agrega valor a produtos tradicionais de um local.
O primeiro a conquistar o selo foi o queijo artesanal serrano, que obteve a certificação em 2020, com o nome IG Campos de Cima da Serra, na modalidade denominação de origem. A região produz 1,6 toneladas do produto por ano, com faturamento de R$ 21 milhões. Na Queijaria Tropeiro Velho, em Capão Alto, o casal de produtores Wachington Cordova Muniz e Jesabel Machado tira o sustento da produção de queijo. “Um sabor mais forte, mais saboroso, quem costuma comer o queijo curado assim é difícil apreciar de novo o queijo normal”, garante Wachington.
A maçã fuji também é destaque e tem o selo de indicação geográfica desde 2021, com o nome IG Região de São Joaquim, na modalidade denominação de origem. Vinda do Japão, a fruta se adaptou ao clima dos municípios de São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Urupema, Urubici e Painel. A fruta da região tem coloração mais avermelhada, é mais crocante e com maior suculência que outras variedades. A produtora e dona do Colha e Pague Martins, Lilia Martins, conta o diferencial: “quando ela pega geada, forma o pingo de mel dentro da maçã”, o que dá um sabor mais doce à fruta.
Em uma região de serra e frio, quem se adaptou bem por ali foram os vinhos, que também tem o selo de indicação geográfica, a IG Santa Catarina, na modalidade indicação de procedência, que destaca locais que se tornaram conhecidos pela produção desse tipo de produto. O clima da região favorece a concentração de aromas e sabores dos vinhos de altitude. Várias vinícolas já se destacam, como a Villaggio Bassetti, em São Joaquim, que aproveitou também o turismo como fonte de renda. “Quando eu comecei a estudar o assunto, em 2000, a quantidade de turistas na região era em torno de 60 mil pessoas por ano; há três anos, já passava de 200 mil e esse incremento é devido ao vinho”, afirma Eduardo Bassetti, proprietário da vinícola.
O episódio Sabores do frio serrano faz parte da série especial Riquezas da Nossa Terra, do Caminhos da Reportagem. O programa vai ao ar no próximo domingo, às 22h, na TV Brasil.
FICHA TÉCNICA
Reportagem – Tiago Bittencourt
Reportagem cinematográfica – André Pacheco
Auxiliar técnico – Rafael Calado
Produção – Carol Oliveira e Claiton Freitas
Estagiário – Rafael Ferraz
Edição de texto – Carina Dourado
Edição de imagens e finalização – André Eustáquio
Arte – Júlia Costa
Edição: Maria Claudia
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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