Search
Close this search box.
CUIABÁ

BRASIL

Morre indígena baleado por garimpeiros em Roraima

Publicados

BRASIL

O indígena Venâncio Xirixana morreu neste domingo (20), no Hospital Geral de Roraima, após ser baleado em um ataque de garimpeiros à comunidade Uxiú, no Alto Mucajaí, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, em 29 de abril deste ano. Os tiros atingiram a vítima na região do intestino, desencadeando uma infecção, segundo informações da Associação Indígena Ninam (Taner) e da Hutukara Associação Yanomami (HAY).

A investida dos garimpeiros, segundo as entidades, também resultou na morte do agente de saúde indígena Ilson Xirixana, que não resistiu após levar um tiro na cabeça. Uma terceira pessoa, cujo nome não foi divulgado, também foi ferida por arma de fogo, mas sobreviveu.

As lideranças yanomami reclamam a elucidação do caso e a responsabilização do grupo que organizou o ataque à comunidade. “Não aguentamos mais ver o nosso sangue derramado dentro do nosso território por invasores, que além de roubarem as nossas riquezas, devastam, contaminam e nos matam. A dor do nosso povo é muito grande. Esse caso não pode ser esquecido, não pode ser só mais um. Queremos justiça! E mais uma vez reiteramos aos órgãos públicos a urgência da saída dos garimpeiros da nossa Terra-Floresta. Chega de mortes!”, apelam as entidades.

Leia Também:  Parceria testa máquinas chinesas para agricultura familiar no RN

Histórico

No início deste mês, a HAY, a Associação Wanasseduume Ye’kwana (SEDUUME) e a Urihi Associação Yanomami lançaram, em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), o relatório Nós Ainda Estamos Sofrendo LINK 1, que aponta que algumas medidas do poder público geraram resultados, mas que parte dos garimpeiros têm retornado ao território yanomami por via fluvial. Os invasores, relatam as lideranças, têm permanecido em pontos como Papiu, Parafuri, Xitei e Homoxi, próximos das aldeias e chegam em voos regulares de helicóptero.

Neste mês de agosto, completa 30 anos o episódio que ficou conhecido como Massacre de Haximu LINK 2 , o primeiro e único caso reconhecido pela Justiça brasileira como um crime de genocídio na história do país.

A chacina ocorreu em 1993, quando garimpeiros ilegais do Alto Orinoco descumpriram um acordo feito com os yanomami que viviam em uma região montanhosa de fronteira entre o Brasil e a Venezuela. No dia 15 de junho, sete garimpeiros convidaram seis indígenas para caçar e executaram quatro deles durante o percurso.

Leia Também:  PF investiga crimes contra a ANTT praticados por servidores

Em retaliação, os yanomami assassinaram um dos garimpeiros. Pouco mais de um mês se passou e, no dia 23 de julho, um grupo de garimpeiros invadiu a aldeia, onde estavam alguns yanomami – a maioria, mulheres e crianças –, e mataram a tiros e golpes de facão 12 yanomami. As vítimas foram um homem, uma mulher, três adolescentes, duas idosas, quatro crianças e um bebê.

A Agência Brasil procurou o Ministério dos Povos Indígenas, a Fundação dos Povos Indígenas (Funai) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública e aguarda retorno.

Fonte: EBC GERAL

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

BRASIL

Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

Publicados

em

A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

Leia Também:  Operação da PF reprime crimes transnacionais de lavagem de dinheiro

“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

Leia Também:  Morre Carlos Lyra, um dos grandes nomes da bossa nova

Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA