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Morre o jornalista Wilson Ibiapina, aos 80 anos

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O jornalista José Wilson Ferreira Ibiapina morreu nesta terça-feira (9), aos 80 anos, em Brasília. De acordo com amigos e familiares, Ibiapina estava internado há cerca de 20 dias em um hospital privado, na capital federal, e morreu após “falência múltipla de órgãos”. Ibiapina deixa a esposa Edilma Neiva, também jornalista, um casal de filhos e uma neta.

O velório do jornalista será nesta quinta-feira (11), de 9h às 13h, na Casa do Ceará, em Brasília.

Trajetória

Nascido em 1943, em Ibiapina, município a 300 km de Fortaleza, o jornalista começou a trabalhar aos 14 anos como repórter amador em um jornal da capital cearense e passou por diversos veículos de comunicação, desde então.

Conforme depoimento dado ao projeto Memória Globo, do grupo Globo de mídia e comunicação, Ibiapina trabalhou na primeira TV do Ceará, aos 19 anos. Foi repórter também dos Diários Associados. Em 1968, foi trabalhar no Rio de Janeiro, no jornal Correio da Manhã e na Rádio Tupi. Em 1970, mudou-se para Brasília. O cearense foi o primeiro repórter da sucursal da TV Globo, em Brasília, em tempos de transmissão de notícias ainda por filme à sede da empresa, no Rio de Janeiro.

Como repórter na emissora de TV, nos chamados “anos de chumbo”, Ibiapina fez diversas coberturas jornalísticas e apontou como mais históricas o sepultamento do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek, em 1976; as primeiras eleições diretas para governador, em 1982, depois do Golpe Militar de 1964; e a morte do presidente eleito e não empossado, Tancredo Neves, em 1985. Na TV Globo, Ibiapina ainda foi editor dos telejornais Bom Dia Brasil e Jornal da Globo.

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No Memória Globo, ele descreveu o ofício do jornalista que trabalha na capital federal: “Se você for trabalhar em Brasília, nunca mais quer trabalhar em outro lugar. Porque lá você vê a notícia surgir, a origem da informação, a origem de tudo. As outras praças vivem de repercussão. Então, você fica viciado em ver as coisas surgirem no meio dos fatos, a origem das coisas. É muito interessante profissionalmente. É muito interessante você viver na origem da matéria, da notícia”.

Radiobrás e EBC

Em 1985, no início do governo do ex-presidente José Sarney, Ibiapina deixou a TV Globo para ser assessor do telejornalismo da antiga Radiobrás, empresa pública que comandou os veículos de comunicação do governo federal, até 2007, quando foi sucedida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Ao todo, Wilson Ibiapina – apelidado de Bibi, por muitos colegas de redação – teve três passagens registradas na Radiobrás e na EBC: maio de 1985 a março de 1990; agosto de 1993 a novembro de 1994 e novembro de 1994 a março de 2018.

Nesses períodos, Ibiapina desempenhou as funções de repórter, chefe de reportagem, editor de texto na TV Nacional e na TV Brasil, além de assessor especial da presidência da empresa.

Em março de 2018, o empregado aderiu ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) e deixou a EBC.

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Em nota de pesar, divulgada nesta quarta-feira, a EBC comunicou a morte de Wilson Ibiapina e fez um relato da trajetória do comunicador.

Escritor

Em 2020, o jornalista registrou a trajetória profissional e outras histórias vividas por ele e amigos em seu primeiro livro Histórias de Gente da Gente, que reúne 290 histórias, textos inéditos e outros já publicados em jornais e no blog administrado por ele próprio, o Conversa Piaba, iniciado em 2010.

A última postagem do blog é o vídeo editado por seu filho, o editor de imagens Fábio Ibiapina, em comemoração dos 80 anos do comunicador, celebrado em fevereiro deste ano. O material traz a trajetória nas redações jornalísticas e a vida pessoal de Ibiapina, com registros de imagens e depoimentos de familiares, amigos e colegas de profissão.

Sobre a homenagem, Ibiapina publicou o texto no blog em que detalha os episódios que envolveram a cobertura jornalística da primeira visita do Papa João Paulo II ao Brasil, em 1980, nas viagens que o religioso esteve em Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Belém e Manaus.

Ibiapina também fez parte do time de escritores que alimentaram os conteúdos do Blog do Ceará, do site da Casa do Ceará, em Brasília. A instituição promove a cultura do Nordeste, em especial a do Ceará.

O jornalista era membro da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo.

Ibiapina também foi responsável pela implantação da TV Verdes Mares, afiliada da TV Globo no Ceará, e foi diretor do grupo em Brasília.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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