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Orquestra formada por jovens da periferia se apresenta no Vaticano

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Nascida e formada por jovens da periferia de Recife, a Orquestra Criança Cidadã se apresentou nesta sexta-feira (3) no Vaticano, durante a realização do Concerto para a Paz. Com uma missão pacifista, a orquestra, formada por 25 jovens entre 14 e 21 anos de idade se apresentou ao lado de músicos da Itália e de regiões que estão em conflito, como Rússia e Ucrânia. O objetivo do concerto é sensibilizar o mundo pelo fim das guerras.

Ao todo serão duas apresentações. A primeira foi nesta sexta-feira no Altar-mor da Basílica de São Pedro. A segunda está marcada para este sábado (4), na Sala Paulo IV, e contará com uma presença ilustre, o papa Francisco é esperado para assistir a apresentação.

A Orquestra Criança Cidadã é formada por músicos que residem em Coque, bairro de Recife com um dos piores índices de desenvolvimento humano. Parte deles também reside em Camela, um distrito da cidade de Ipojuca, na região metropolitana do Recife. O projeto surgiu para fornecer uma oportunidade às crianças e jovens das regiões periféricas por meio da música. Na orquestra, esses jovens recebem não somente aulas de instrumentos de cordas, sopros e percussão, mas também teoria musical, canto coral e apoio pedagógico, alimentação e atendimento psicológico, médico e odontológico.

“É um projeto de inclusão social e cidadania através da música. É destinado a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social de localidades pobres da região metropolitana do Recife. Foi criada em 2006 e é mantida por patrocínio de empresas públicas e privadas”, explicou José Renato Accioly, coordenador musical e regente da orquestra.

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Pedro Henrique Martins, de 19 anos de idade, é um dos alunos desse projeto que está se apresentando no Vaticano. Ele, que toca violino, está na orquestra desde os 12 anos e agora é universitário de música. “Sempre via os meninos [músicos] mais velhos passando pela frente da minha casa e minha mãe me convenceu [a ir], me levou para fazer o teste. Não sabia o que era. Passei. No começo era brincadeira e, hoje, é praticamente profissão, faço faculdade [licenciatura em música]”, disse à Agência Brasil.

Para Pedro, a orquestra lhe ofereceu uma grande oportunidade de vida. “Se não fosse pela orquestra, não sei o que estaria fazendo agora. Depois de ter entrado, é um caminho para a vida toda. Hoje, a única coisa que quero fazer é ser professor, lidar com música. Antes, eu não sabia uma nota musical. Com o tempo, vai entrando na nossa vida e, quando a gente percebe, é o que ama fazer. Vira parte do nosso dia, de mim. O instrumento está presente o dia inteiro. Espero que a orquestra continue fazendo as pessoas, como me fez e como fez meus amigos”.

Repertório

Para as duas apresentações no Concerto para a Paz, no Vaticano, foram escolhidas músicas do russo Sergei Rachmaninov, do ucraniano Mykola Leontovich, do italiano Antonio Vivaldi e do argentino Astor Piazzolla, em tributo ao papa.

“O repertório inclui obras clássicas de compositores dos países em guerra, além de Aquarela do Brasil [Ary Barroso], Três Peças Nordestinas [Clóvis Pereira], o Prelúdio da Bachianas 4, de Villa-Lobos, e, em tributo ao papa, Por Una Cabeza, de Carlos Gardel e Alfredo Le Pera”, informou o regente da orquestra.

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“O repertório foi escolhido através do critério da nacionalidade, primeiro. Então a gente vai ter música ucraniana, russa, italiana, brasileira e, como a gente vai tocar para o papa, argentina. Mas também, por ser um concerto pela paz, a gente escolheu um repertório que tenha a atmosfera de dois sentimentos bastante importantes, o perdão e a esperança”, acrescentou Accioly.

Para Pedro, tocar no Concerto para a Paz está sendo uma oportunidade muito especial. “A gente toca ao lado de pessoas que podem ter perdido alguém ou algo nesses conflitos. A gente precisa ter sensibilidade e acolher todos da melhor forma”.

Quem também está participando do Concerto para a Paz é Antonino Tertuliano, 30 anos de idade. No passado, Tertuliano fez parte do projeto em Pernambuco, mas agora ele integra a Orquestra Filarmônica de Israel e faz mestrado na área musical em Munique, na Alemanha.

“Estou muito feliz em fazer parte da comitiva que vai participar desse concerto. Esse concerto também tem um significado muito especial para mim por conta do que vem acontecendo em Israel. Moro em Tel Aviv”, disse. “A mensagem que tento passar para aqueles que estão lá é que a paz realmente é algo que entendemos e tomamos como garantia, mas ela é valiosa e, quando não a temos, é entristecedor”.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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