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Poetisa angolana Paula Tavares vai participar do clube de leitura CCBB

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Maior referência viva em poesia da Angola, a poetisa e historiadora Paula Tavares vem ao Brasil, na quarta-feira (6), especialmente para a edição que fecha o Clube de Leitura CCBB 2023, que este ano homenageou os escritores lusófonos. A pesquisadora, ensaísta, cronista e romancista conversará com o público sobre o seu livro Manual Para Amantes Desesperados, escolhido em votação aberta.

Além do seu percurso poético de excelência, a curadora Suzana Vargas explica que o desejo de ter Paula Tavares nos encontros do CCBB se deu porque já estava na hora apresentar ao público brasileiro a principal voz poética feminina de Angola.

“Sua poesia de forte lirismo vem nos contar ou cantar não somente suas escolhas existenciais e amorosas, mas denunciar em quais situações histórico-políticas ela acontece. Tanto na sua prosa como na sua poesia”, contou, em nota, Suzana Vargas, que também é mediadora dos encontros.

Nascida em Lubango, província da Huíla, Paula contou, por e-mail, que todo o sul de Angola, o planalto e a descida até ao mar são as suas geografias. “Guardo de memória a cor das rochas e dos diferentes solos. Guardo cada planta, as flores e os frutos como remédios e cura no cesto de adivinhação. Cada palavra que evoca o cheiro, o som das folhas, o voo dos pássaros  me é necessária para a lavra dos poemas. Viver ali durante a infância e juventude foi como estar fechada num sítio belo e injusto até poder falar”, escreveu Paula.

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Sobre se considerar uma escritora feminista, ela disse que os rótulos lhe são difíceis. “Mas é o universo das mulheres que eu conheço melhor. Como poderia escrever sobre outras coisas? Como poderia entender as dores do crescimento, a solidão pesada dos filhos, o significado profundo de cuidar se não trabalhasse com os instrumentos (fontes, palavras, grito) que esses universos me oferecem. Se isso é ser feminista, sou sim sempre numa luta que não acaba”.

Clube de Leitura CCBB

Segundo Suzana Vargas, o balanço da edição de 2023 do Clube de Leitura CCBB é o melhor possível e levou ao projeto um público ávido por conhecer ou reconhecer alguns dos mais importantes autores da língua portuguesa.

“Além de autores de expressão universal, como Mia Couto e José Eduardo Agualusa, passaram por aqui alguns dos principais nomes da literatura nacional, como Conceição Evaristo e Milton Hatoum, e tivemos a alegria de apresentar ao nosso público importantes autores das regiões Norte e Nordeste, como Eliakin Rufino e Cida Pedrosa, para citar apenas alguns. O resultado foi uma programação plural em gênero (poetas, prosadores)  e que manteve a qualidade que já caracteriza nosso Clube de Leitura”, lembra.

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O encontro com Paula Tavares acontecerá no dia 6 de dezembro, às 17h30, na Biblioteca Banco do Brasil, no 5º andar do CCBB/RJ, com entrada gratuita. Ingressos estarão disponíveis na bilheteria do CCBB ou pelo site a partir das 9h do dia do encontro.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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