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Programa reduz criminalidade no Jacarezinho, diz governo do Rio
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Os registros de roubos de rua caíram 65% nos bairros do entorno da comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, após o início do Programa Cidade Integrada do governo do estado.
O programa começou no dia 19 de janeiro com a retomada do território por 1300 agentes de segurança, sendo 800 policiais militares e 500 policiais civis, e resultou em 38 prisões. No período de 1º a 18 de janeiro foram registrados 57 casos de roubos. O número recuou para 20 registros entre os dias 19 e 31 de janeiro.
Os roubos de veículos na região tiveram queda de 38%, saindo de 21 casos no período de 1º a 18 de janeiro para 13 registros no 19 a 31 do mesmo mês. Os dados foram informados hoje (4) pelo governador do Rio, Cláudio Castro, ao apresentar o balanço dos primeiros 15 dias do programa, que, além do Jacarezinho, começou na comunidade da Muzema, zona oeste da cidade. “O ISP [Instituto de Segurança Pública do Rio] está medindo semana a semana para que a gente possa dar transparência para a sociedade”, disse.
Castro disse que não quer cometer os mesmos erros do programa de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) e destacou que o programa não está restrito à segurança pública. Ele ressaltou que o Cidade Integrada será estendido a outras comunidades quando estiver 100% implantado no Jacarezinho e na Muzema.
“Esse não é um projeto de segurança pública, não é um projeto de pacificação. É um projeto de retomada de território e futuramente de entrega deste território para quem é o verdadeiro dono, que é a comunidade. Esse território não é do traficante, não é do miliciano, mas também não é da polícia. O território é das pessoas que vivem naquelas localidades. É para isso que o governo do estado está se dedicando tanto. Para que esse território, que deixou de ser deles e ficou abandonado pelo poder público, volte a ser tratado com o respeito que merece.”
“O programa é sério e não tem traficante, não tem miliciano que vai fazer a gente dar um passo atrás.”
Limpeza
Ainda conforme o governador, foram recolhidas 700 toneladas de resíduos na limpeza dos rios Jacaré e Salgado, no Jacarezinho. Segundo ele, a maior parte do material não é lixo, mas entulho de obras de empresas que fazem o descarte nos rios. “Não é lixo. É entulho de empresas, que, infelizmente, pagam para traficantes e milicianos fazerem bota-fora de obras. Isso é entulho de obras”, disse.
O governador defendeu a realização de trabalho sério do governo fluminense, junto com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio e do Ministério Público para identificar as empresas.
Documentos
Desde o início do programa já foram realizados 4 mil atendimentos no Jacarezinho e 1300 na Muzema, dentro do programa RJ para Todos, com emissão gratuita de documentos, como carteira de trabalho, cadastro no balcão de empregos, orientações sobre saúde bucal, corte de cabelo e cadastramento inicial para o processo de regulamentação fundiária.
As próximas ações para atendimentos vão ocorrer amanhã (5) e nos dias 12 e 19 deste mês.
De acordo com o governador, a regularização fundiária tem maior urgência na comunidade da Muzema, onde cerca de 3 mil a 5 mil famílias devem ter o processo concluído. Lá, a milícia comanda a construção irregular de imóveis. “Enquanto não acabarmos isso de vez, não saímos lá de dentro. As pessoas precisam ter o seu próprio imóvel. A maioria delas pagou caro e ficam lá dependendo da milícia”, disse.
Saneamento
Castro agradeceu às concessionárias Águas do Rio, no Jacarezinho, e Iguá, na Muzema, pelo adiantamento em cinco anos no calendário previsto de investimentos para saneamento e abastecimento de água das comunidades. As obras já começaram e quase 500 famílias voltaram a ter água com a desobstrução das canalizações. Além disso, já começou a ser feita a limpeza de redes de esgoto no Jacarezinho.
Parceria
Castro ressaltou a parceria com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que tem, segundo disse, colocado vários órgãos da administração municipal à disposição para realização de serviços nas duas comunidades.
“A prefeitura entrou muito forte em todos os programas, principalmente com a Comlurb e a Secretaria de Conservação. Já tiramos toneladas e toneladas de lixo, voltou a ter roçada, voltou a consertar. Isso é que é integração mesmo”, afirmou, acrescentando que em 15 dias a prefeitura já consertou 600 buracos em 125 ruas, fez a limpeza de 135 caixas de ralo, além de 15 instalações de grelhas e de tampões em 14 ruas, que vai permitir o escoamento da água em temporais e reduzir as enchentes provocadas por chuva forte.
Mulher
Depois do balanço feito pelo governador, o secretário de estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Matheus Quintal, apresentou o programa Desenvolve Mulher, que faz parte do Cidade Integrada.
O programa vai oferecer capacitação profissional para 6 mil mulheres chefes de família de comunidades com idades entre 16 e 30 anos. No Jacarezinho e na Muzema serão 2 mil. Segundo o secretário, o investimento inicial do programa é de R$ 34 milhões, sendo mais de R$ 20 milhões nas duas comunidades.
No final dos cursos, as mulheres terão linhas de crédito para abrir seus negócios, nos locais onde moram. As aulas começam em 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Edição: Maria Claudia


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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