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Projeto Portinari abre curso online para formar arte-educadores
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O Núcleo Educativo do Projeto Portinari completou 25 anos e decidiu inovar, promovendo a formação remota e gratuita de arte-educadores para o público de todo o país. O objetivo do Projeto Portinari é ampliar os canais de acesso das populações mais carentes à arte do pintor Candido Portinari, e seu núcleo de educação busca democratizar a arte e o legado ético e humanista do artista, levando sua obra a lugares de mais difícil acesso, como comunidades carentes, periferias, presídios, hospitais e comunidades ribeirinhas, entre outros.
As inscrições encerram-se nesta quarta-feira (1º), e o curso começa no dia seguinte (2).
Segundo o coordenador do Núcleo Educativo do projeto, Guilherme de Almeida, até algum tempo atrás, a formação de arte-educadores era feita presencialmente e focada nos territórios onde as exposições itinerantes deste núcleo eram realizadas. Um exemplo foi a mostra Portinari nas Quebradas, em agosto do ano passado, que levou a obra do pintor a comunidades da zona oeste do Rio de Janeiro.
A formação dos educadores era feita de modo presencial e destinava-se a grupos mais restritos de pessoas que atuariam diretamente nas exposições e também àqueles que trabalhavam em instituições próximas e visitariam a mostra, como professores de escolas públicas e particulares, que teriam oportunidade de acessar cursos de formação e oficinas, mas de forma muito localizada, disse Almeida.
Tempo real
Inicialmente, o projeto propõe uma formação remota, que se distingue da educação à distância (EAD) porque é em tempo real, com os professores podendo responder na hora aos questionamentos dos alunos. “Existe essa troca”. As pessoas interessadas, de modo geral, poderão tirar todas as dúvidas em tempo real. Posteriormente, aqueles que tiveram acesso a esse curso como uma etapa inicial poderão dar continuidade a sua formação.
“O projeto trará grandes expoentes de pesquisa na universidade, mas que têm relação muito próxima com o chão da escola, os museus, a arte que é feita nas ruas. Tivemos o cuidado de trazer grandes especialistas das universidades, especialmente da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para atuar diretamente na formação desse público”, acrescentou o coordenador do Núcleo Educativo do Projeto Portinari.
Almeida disse que aqueles que tiverem interesse em continuar os estudos e quiserem trabalhar como arte-educadores e monitores no Portinari poderão fazer um breve estágio no projeto na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), de forma presencial, para que fiquem a par do trabalho de Candido Portinari e possam participar das ações expositivas do projeto planejadas para este ano como monitores e arte-educadores, trabalhando de modo remunerado.
Para o fundador e diretor-geral do Projeto Portinari, João Candido Portinari, o novo formato é um caminho para democratizar ainda mais o acesso às informações sobre o legado do pintor: sua arte, seu compromisso com o social e o humano. “Antes, esse percurso era realizado pontualmente e regionalmente com eventos itinerantes. Agora, estamos criando uma agenda fixa, semestral, que permite incluir mais pessoas das mais variadas segmentações, sem limitações financeiras ou territoriais”, acrescentou João Candido, que é filho do pintor.
Inscrições
As inscrições para a primeira parte da formação do público em geral como arte-educadores já começaram e não exigem pré-requisito formal. São voltadas para quem quer começar no ofício e para que quem já é arte-educador tenha a oportunidade de aprofundar e melhorar seus estudos. Inicialmente, tinham sido reservadas 100 vagas, mas a grande procura pelo curso levou o projeto a ampliar esse número e já está com 300 inscrições de todo o Brasil, disse Guilherme de Almeida.
“Como o acesso vai ser por meio remoto, as pessoas poderão se inscrever e participar”. Para obter o certificado, será exigida participação mínima de 75%. As aulas serão dadas das 19h às 20h30 e ficarão gravadas no YouTube, mas, neste caso, não haverá possibilidade de receber certificado, esclareceu Almeida.
A programação será aberta com aula de Guilherme de Almeida, da Unicamp, no dia 2, sobre Portinari: Democracia e Educação em Direitos Humanos. A segunda aula, no dia 7, será dada por Viviane Sarraf, da USP, fundadora do Museu Acessível, sobre Acessibilidade nos Espaços Museológicos e Expositivos. No dia 9, Daniella Forchetti, da Unicamp, abordará o tema Abordagens Inclusivas nas Ações de Arte e Educação.
Caberá ao professor Fabio Machado, da Universidade Federal de Pelotas, falar sobre Portinari na Ilha: a Experiência Portinariana em Florianópolis, no dia 14, seguindo-se Elza Maria Ajzenberg, da USP, que abordará, no dia 16, o tema Portinari e a Problemática Social Brasileira, envolvendo a pluralidade cultural do artista.
No dia 21, Anderson Lucarezi, da USP, falará sobre Fundamentos Poéticos e a Poética Portinariana, e Angelica Fabbri, do Museu Casa de Portinari, abordará, no dia 23, o tema Portinari e a Descoberta de Brodowski. Encerrando as cinco semanas de aula, João Candido Portinari dará a aula magna, intitulada Portinari: O Pintor dos Povos Brasileiros, no dia 28.
Edição: Nádia Franco
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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