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Rio: Secretaria de Educação investiga assédio de professores a alunas
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Casos de assédios de professores a alunas do Instituto de Educação Carmela Dutra estão sendo investigados pela Secretaria Estadual de Educação do Rio. Os fatos teriam ocorrido em fevereiro e relatados pelas alunas da instituição, que forma futuras professoras.
O secretário estadual de Educação, Alexandre Valle, esteve na noite desta terça-feira (8) no instituto, no bairro de Madureira, zona norte da cidade, para falar pessoalmente com a direção da escola. Antes, ele esteve na 29ª Delegacia de Polícia, que também investiga os casos.
“O Estado do Rio de Janeiro não compactua com nenhum ato irregular, principalmente com aqueles que têm obrigação de educar. Imediatamente a escola tomou as atitudes para o afastamento dos professores. Foi criada uma comissão de mulheres para acompanhar isso. Alunas que se sintam assediadas podem falar nesse grupo para tomarmos todas as atitudes necessárias”, disse o secretário.
Segundo Valle, não há relatos de que houvesse outros casos na escola, embora várias alunas, entrevistadas pela reportagem, tenham dito que ouviram histórias semelhantes no passado.
“Nós vamos punir severamente qualquer caso como esses. Não vamos tolerar. O segundo caso, o que me foi relatado, é que começou um murmurinho sobre o professor, e que imediatamente pediram o afastamento dele, até a apuração de todos os fatos. Os dois professores foram afastados tão logo a direção tomou conhecimento”, explicou o secretário.
As alunas ouvidas pela reportagem se mostraram inconformadas e até mesmo inseguras quanto aos relatos de assédio de professores contra colegas. A maioria tem entre 15 e 18 anos de idade e têm na escola um local de proteção, sentimento que acaba rompido, quando os autores de assédios são justamente os professores.
“Eu fiquei bastante sentida. Isto é uma escola. Então eu não esperava. Porque o mínimo que a gente tem que ter é respeito. Por mais que a gente esteja com roupa curta. Enquanto mulher, eu fiquei muito triste. Me tocou bastante. Não aconteceu comigo, mas com uma pessoa próxima a mim”, disse uma das alunas, de 15 anos.
Outra aluna, de 16 anos, disse que, na escola, deveria se sentir mais protegida. “Isso mexe com a gente, porque não sabe se vai acontecer alguma coisa. Na escola não deveria ser assim, a gente deveria se sentir mais protegida. A gente já sofre na rua, sofrer dentro da escola é muito difícil. Isso mexe com a nossa confiança”.
Uma terceira estudante, de 16 anos, considerou que esse tipo de comportamento não é admissível.
“Eu acho isso uma falta de respeito, porque isso já acontece quando a gente está na rua. E quando a gente vem para a escola, queremos uma proteção, que isso não aconteça. Os professores estão para ensinar, não para assediar”, protestou.
Outra aluna, que levou uma das vítimas, que é sua amiga, à diretoria para denunciar, disse que as estudantes vão olhar para o professor e não vão ter confiança. “Ele vai estar me olhando com outros olhos, como se eu fosse um objeto. As pessoas acham que por conta da nossa roupa e do que a gente veste a gente tem o direito de ser assediada. Não. O assédio está em todo o lugar. Mas na escola, é um lugar que não deveria ocorrer. Ele ficou alisando a mão dela e ela não se sentiu bem com isso”, relatou.
O nome dos professores e das autoras das denúncias, bem como seus familiares, estão sendo mantidos em sigilo pela polícia e pela Secretaria Estadual de Educação. O nome das alunas entrevistadas foi preservado, para evitar constrangimentos. A comissão de sindicância instaurada para investigar os casos deverá se pronunciar até 10 de abril, após ouvir os envolvidos. Em nível administrativo, poderá ocorrer até mesmo a demissão dos professores.
Edição: Fábio Massalli


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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