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São Paulo terá ação para combater violência contra mulher no carnaval

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As mulheres vítimas de violência no carnaval em São Paulo poderão contar, este ano, com ações em unidades móveis que visam atendimento direcionado ao público feminino. A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) vai oferecer, no período de desfile dos blocos de carnaval de rua, atendimento especializado com equipes multiprofissionais compostas por psicólogas, assistentes sociais e advogadas com experiência no acolhimento qualificado, em todas as regiões da cidade.

Na região central, o Ônibus Lilás, que presta atendimento para mulheres vítimas de violência, ficará na Praça da República das 10h às 18 horas, durante o pré-carnaval (11 e 12/02), no período do carnaval (18, 19, 20 e 21/02) e no pós-carnaval (25 e 26/02). Caso seja necessário e a mulher concordar, poderá ser acompanhada por uma profissional até a Casa da Mulher Brasileira, que fica no Cambuci e funciona 24 horas por dia, para prosseguir com o atendimento.

Outra iniciativa da Coordenação de Políticas para Mulheres da SMDHC, em parceria com o Metrô, é a distribuição de material informativo sobre os tipos mais frequentes de abusos e orientações para quem procurar e como ajudar as vítimas. A ação, entre os dias 15 e 18 de fevereiro, acontecerá nas estações Jabaquara, Portuguesa-Tietê e Palmeiras Barra Funda. As funcionárias que farão a distribuição dos informativos também podem responder dúvidas sobre o atendimento para vítimas de violência.

Unidades móveis LGBTQI+

O público LGBTQI+ também vai contar com quatro unidades móveis. Além de atender a este público, as unidades farão atendimento para vítimas de discriminação e violência, racismo e qualquer outra violação de direitos humanos. No local, prestarão informações e farão encaminhamento dos casos mais graves, se a vítima desejar, para a Delegacia de Polícia e/ou Pronto Socorro mais próximos. Será possível também registrar um boletim de ocorrência online, na própria van.

Comissão Feminina do Carnaval de Rua

Para a co-fundadora e coordenadora da Comissão Feminina do Carnaval de Rua de São Paulo, Thais Haliski, as ações da prefeitura não são suficientes para combater o assédio. “De 20 tendas que tivemos em 2020 para acolhimento de pessoas em estado de vulnerabilidade, sejam elas mulheres, trans, LGBTQIA+, passou para cinco [este ano] e o único ponto de atendimento de acolhimento que nos foi informado é o Ônibus Lilás, é um ônibus para atender as mulheres da cidade inteira, estamos chocadas com essa informação”, lamentou Thais, que também coordena a Comissão, junto com outras pessoas, desde 2019.

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Thais afirma que o diálogo com a prefeitura foi prejudicado por questões de prazo e também porque não houve abertura necessária. “As ações da comissão feminina, todos os anos, é melhorar a interlocução com a prefeitura, mas esse ano especificamente a gente teve uma dificuldade enorme em fazer isso porque abriram inscrições para representantes de blocos, sendo que já temos sete coletivos [femininos] e esses coletivos acabaram ficando de fora dessas reuniões. Então a prefeitura diz que não, que o diálogo está aberto, é um jogo de empurra pra lá, empurra pra cá”.

Além disso, a coordenadora também acredita que na parte de prevenção, com a distribuição de flyers nas estações, será insuficiente. “Eles vão distribuir flyers e não é suficiente, sendo que os próprios blocos estão comprando adesivos e tatuagens para distribuir nos seus blocos com o próprio dinheiro”.

A coordenadora afirmou que, como todos os anos, a Comissão Feminina do Carnaval de Rua de São Paulo vai fazer a sua própria campanha contra o assédio e de prevenção à violência. “Com posts falando desde o assédio até cuidados como, por exemplo, tirar o aplicativo de banco do celular, atitudes que as pessoas precisam ter ao longo do carnaval, que é jogar lixo no lixo, combate ao xixi na rua entre outros pontos”. A campanha da comissão pode ser vista no Instagram.

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Outro lado

Em nota, a prefeitura informou que, em 2020, não havia equipe técnica especializada em todas as tendas de acolhimento, mas tinha voluntários cadastrados em parceria com uma organização da sociedade civil.

“Os atendimentos eram, invariavelmente, demandas de saúde. Neste ano, investimos em locais de referência para prestar um atendimento mais qualificado, posicionando as unidades móveis da SMDHC em pontos estratégicos, nas cinco regiões da cidade (norte, sul, leste, oeste e centro), com equipes especializadas compostas por psicólogas, assistentes sociais e advogadas com experiência em atendimento a vítimas de violência estarão à disposição dos foliões”, afirmou a secretaria.

Balanço do pré-carnaval

A SMDHC informou que, no fim de semana de pré-carnaval, não houve procura por atendimento especializado: 265 pessoas buscaram informações sobre o autoteste de HIV, uso do preservativo feminino e 205 pessoas solicitaram pulseira de identificação para crianças.

Edição: Valéria Aguiar

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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