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Sempre-vivas: Minas reconhece agricultura tradicional como patrimônio

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O sistema agrícola adotado por povos tradicionais que geram renda através da coleta das flores sempre-vivas na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, foi reconhecido nesta terça-feira (13) como patrimônio cultural imaterial do estado.

Além de valorizar práticas que englobam técnicas ancestrais de manejo do meio ambiente, a medida deve beneficiar aproximadamente duas dezenas de comunidades localizadas nos municípios de Diamantina, Couto Magalhães, Olhos D´Água, Presidente Kubitscheck, Buenópolis, Serro e Bocaiúva.

Os apanhadores de flores sempre-vivas, como são conhecidos, já haviam obtido o selo de Sistema Agrícola Tradicional de Importância Mundial (Sipam), concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Selo

No mês passado, uma cerimônia em Roma, na Itália, marcou a conquista. É o único sistema brasileiro a receber este selo. Ele foi criado em 2002 para fortalecer e preservar práticas agrícolas mundiais que combinam a biodiversidade agrícola, patrimônios culturais e ecossistemas resistentes. Na América Latina, há apenas outras seis experiências com este reconhecimento: uma no Chile, uma no Peru, duas no Equador e duas no México.

As flores sempre-vivas têm esse nome pela sua capacidade de resistência ao longo do tempo, mantendo sua firmeza e sua cor. São muito usadas para elaboração de buquês de flores e decoração de eventos.

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No Brasil, elas são típicas do bioma cerrado e a Serra do Espinhaço reúne aproximadamente 80% das suas espécies. Seus campos estão situados a cerca de 1,4 mil metros de altitude. Os apanhadores podem permanecer por lá durante semanas, se abrigando em ranchos ou grutas, conhecidas como lapas.

Este período voltado para a coleta das flores é também um momento de encontro e socialização das famílias camponesas que integram essas comunidades, algumas delas quilombolas.

Além de abastecer o mercado interno, a produção nacional desperta também o interesse de outros países. Segundo dados do governo brasileiro, os principais importadores são Estados Unidos, Países Baixos, Espanha e Itália.

As conquistas obtidas por essas populações – tanto no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) como em Minas Gerais – levaram em conta sua sustentabilidade. Isso porque a coleta exagerada de flores sempre-vivas para fins comerciais pode colocá-las em risco. Mas essas comunidades trabalham de forma coletiva, observando os ciclos naturais e calculando o volume de coleta de forma a garantir a renovação das espécies.

Cultivo

A coleta das flores está associada a um sistema que envolve ainda outras atividades econômicas como o cultivo das roças e a criação de animais, que compõem a renda das populações e garantem a segurança alimentar.

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A transumância – característica do modo de vida dessas populações – envolve o movimento de grupos familiares da parte baixo da Serra do Espinhaço, onde se concentram as residências e suas produções agrícolas, para a parte alta, onde passam a viver em lapas e em ranchos durante a fase de manejo da flora nativa. Esse deslocamento periódico, feito em diferentes elevações que vão de 600 a 1.400 metros de altitude, é definido com base no conhecimento acumulado sobre o meio ambiente.

A concessão do título de patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais foi aprovada durante reunião ordinária do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep).

Em nota divulgada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), a presidente do órgão, Marília Palhares, destaca que o reconhecimento contribui para a preservação dos saberes. “São sábios, pois são várias comunidades que trabalham diretamente com seus territórios, o cuidado com os animais, o respeito às estações do ano, mudam a transumância e não utilizam produtos químicos”, finaliza.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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