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Sobe para 2 número de mortos após deslizamento de terra no Amazonas
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Subiu para dois o número de mortos após o deslizamento de um barranco na comunidade do Arumã, em Beruri, município localizado a 173 quilômetros de Manaus, no início da noite de sábado (30). Três pessoas seguem desaparecidas. Cerca de 300 moradores da comunidade permanecem desabrigados.
O Corpo de Bombeiros do Amazonas informou à Agência Brasil que, juntamente com a Defesa Civil do município, evacuaram 30 residências que estavam próximas ao local da erosão.
“Os trabalhos estão sendo coordenados pela Defesa Civil do Amazonas e Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), que enviou mergulhadores e especialistas habilitados para resgate em áreas colapsadas. As operações de mergulho começam nesta segunda-feira (2), informou a corporação.
O desastre natural, conhecido na região como Terras Caídas, que provoca a queda de terrenos após constante atuação da água sobre as margens dos rios, atingiu mais de 40 residências.
Um posto de telesaúde que atendia a comunidade também foi destruído. Os bombeiros disseram que o solo, na área atingida pela erosão, continua apresentando movimentações e o volume de água aumenta gradativamente, “o que dificulta a entrada do Corpo de Bombeiros para realizar a varredura da área”.
A Secretaria de Meio Ambiente também está dando apoio humanitário à comunidade Arumã, localizada dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçu Purus.
No domingo, o órgão entregou 150 cestas básicas, 150 kits de higiene pessoal, 100 garrafões de água de 20 litros e 180 frangos aos moradores, adquiridos com apoio do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática.
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) lançou uma campanha para arrecadar alimentos, roupas, itens de higiene, materiais de construção e recursos financeiros para vítimas do deslizamento.
“A FAS se solidariza profundamente com a tragédia humanitária e está realizando essa mobilização social com o objetivo de enviarmos os suprimentos essenciais o mais breve possível. Toda contribuição é necessária e bem-vinda”, disse a superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades, Valcleia Solidade.
“As doações podem ser entregues na portaria da sede da FAS, situada na Rua Álvaro Braga, 351, bairro Parque Dez de Novembro – Zona Centro – Sul de Manaus. Já os valores em dinheiro devem ser enviados para a chave PIX 002.444.472-33, de Kely Regina Soares, moradora e líder comunitária do Arumã, em Beruri”, informou a organização.
Fonte: EBC GERAL


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.