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SP: comerciantes e moradores calculam prejuízo após 3 dias sem energia
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A queda de energia elétrica, ocasionada pelas chuvas registradas desde a última sexta-feira (3), ainda permaneceu durante a primeira metade do dia hoje (6), na zona sul da capital paulista. Parte do comércio registra significativa perda de produtos e clientes, enquanto moradores lidam com transtornos na rotina.
A Porto Maria Padaria, que fica na Vila da Saúde, teve enorme prejuízo, já que trabalha com uma grande quantidade de produtos perecíveis. Os donos do local tiveram que fechar as portas até que a energia volte e, com isso, pediram aos funcionários que fiquem em casa, com exceção de alguns que ajudam a organizar a loja, se desfazendo dos alimentos e bebidas que estragaram e higienizando prateleiras, chão, fornos e congeladores.
A loja ficou sem luz após um poste ter explodido, logo depois que a energia foi restabelecida em uma parte da Avenida Bosque da Saúde, onde está localizada. Desde então, um dos sócios do estabelecimento, o português Baltazar Lisboa, tenta acionar a Enel, que fornece o serviço na capital, sem que a companhia envie uma equipe ao endereço, para solucionar o problema. Na última vez em que ligou, no início do dia de hoje, o atendente da empresa informou, por telefone, que iria enviar alguém até 10h, o que não aconteceu. Em outras ligações que fez, chegou a permanecer por um hora e meia na fila, aguardando um atendente.
Segundo Lisboa, o fim de semana é um período de bastante movimento na padaria, o que significa que perderam muitos clientes, quadro que o desanimou ainda mais, tendo em vista que já abriu a loja em um momento complicado, durante a pandemia de covid-19 -, mais precisamente, em setembro de 2020. Sem energia, a equipe não consegue nem sequer dimensionar os danos, já que podem envolver, inclusive, perda de maquinário, considerando que muitos queimam quando há um corte súbito.
“A gente já está falando com nosso setor jurídico, para ver o que dá para fazer”, disse à Agência Brasil.
“E bem próximo do Natal, para melhorar, quando a gente tem que pagar décimo terceiro salário. Alguém vai ter que dividir esse prejuízo com a gente”, explicou, acrescentando que tem cerca de 45 funcionários e que seu sócio tem outras duas lojas, uma na Vila Ema e outra na Vila Alpina, ambas na zona leste da cidade e também em situação semelhante, de dificuldades com a interrupção do fornecimento de energia elétrica.
O aposentado Vasco Quito mora exatamente na casa diante da qual fica o poste que explodiu e provocou a segunda queda de energia na região. Ele relata que estava dentro de casa quando ouviu um estrondo e que chegou a avisar à equipe da Enel estava na rua de cima prestando serviço.
Quando aconteceu a explosão do poste, quase ficou incomunicável, porque, na hora, seu carregador de celular queimou. A sorte foi que um primo seu, que vive na rua perpendicular à sua, tinha um semelhante e pôde emprestar a ele, que assim conseguiu seguir ligando para a companhia, em busca de atualizações sobre a estimativa de retomada do serviço. “No sábado, restabeleceu o fornecimento na parte de cima [da avenida], mas aí estourou o poste aqui”, contou. “Transtornos, estou tendo vários. Minha esposa precisa usar inalador. Minhas coisas todinhas do freezer estragaram, da geladeira, laticínios, porque não tenho outro lugar aonde levar.”
O autonômo Paulo Marcos Leite tem uma loja que fabrica e reforma móveis, em frente à padaria de Lisboa, e não foi afetado pelo problema no poste de luz, mas ficou sem energia com a chuva de sexta-feira, por algumas horas, até o meio da tarde daquele dia. Ele comentou que, embora não tenha tido perdas, pela natureza da matéria-prima com que trabalha, teve que explicar para clientes que precisaria de mais prazo para entregar as encomendas. “Perda eu não tive, porque não é material perecível”, ponderou.
Os lojistas e moradores que conversaram com a reportagem pontuaram, ainda, que houve um acidente nas proximidades da avenida. Isso porque alguns semáforos pararam de funcionar, sendo que parte deles até agora não foi religada.
A faxineira Maria do Carmo Ramos, da academia Fitness, também vizinha dos demais entrevistados, destacou que o maior inconveniente tem sido não ter condições de acolher devidamente os alunos que frequentam o local, especializado no atendimento integrado e que oferece também apoio psicológico aos clientes. “A gente está abrindo enquanto tem sol, porque aí abre a janela”, explica.
Colega de Maria do Carmo, a recepcionista Ana Beatriz Ferrari complementa dizendo que a academia funciona 24 horas, em condições normais, mas que, desde a última sexta-feira, tem fechado por volta de 17h. “Parte da equipe está vindo de madrugada. Ficou escuro e muito aluno ainda vinha para cá, querendo conversar. Temos muitos clientes idosos”, esclarece.
No bairro de Mirandópolis, o zelador Fábio Oliveira tem trabalhado mais horas, desde que os temporais atingiram a cidade, pois os portões do prédio em que trabalha, de 52 apartamentos, estão sendo abertos manualmente e o sistema de segurança foi desligado temporariamente, por depender da luz para funcionar. Em poucos dias, o prédio já teve até episódios de moradores sofrendo tombos nas escadas, uma vez que os elevadores não estão podendo ser usados, assim como as luzes de emergência, que iluminariam os degraus. Outra consequência é a falta de água, por causa da bomba que a leva a cada imóvel.
“A situação aqui está caótica. A gente tentou vários contatos com a Enel, sem sucesso. Liguei hoje e a previsão deles é muito vaga”, disse.
“Estamos trabalhando dobrado, fazendo horas extras. É um prédio residencial, com muito morador de idade, com dificuldades de mobilidade”, adicionou.
Zona Oeste
A professora Maria Bonduki estava na rua quando houve queda de energia no bairro onde reside, Jardim Bonfiglioli, na zona oeste da capital, na última sexta-feira, e não suspeitou que houvesse sido afetada porque nenhum vizinho a avisou sobre a queda de energia. Só foi se dar conta quando retornou a sua casa.
“Tenho uma filha de 5 anos, que não queria ficar em casa. Então, ficamos no shopping, ela jantou, brincou, enrolamos bastante. De lá, tentei falar com a Enel, pelo aplicativo, não consegui, tentei ligar, ninguém atendeu. Fui para casa dormir”, diz.
No sábado, Maria foi informada, por uma pessoa contaminada por covid-19, com quem havia se encontrado, sobre o resultado do teste. Por isso, fez o seu próprio, que também deu positivo. “Entupi a geladeira do meu cunhado [com os alimentos de casa] e, pelo que estou tendo de notícia, ainda segue sem luz. E hoje parece que ainda acabou a água”, prosseguiu. “Tentei falar com a Enel, sem sucesso. Não consegui falar com ninguém lá.”
A Agência Brasil procurou a Enel para esclarecimentos e atualização do fornecimento na capital, mas não houve resposta até o momento.
Fonte: EBC GERAL


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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