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SP: Protesto pede fim do cerco e bombardeios à Faixa de Gaza
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A comunidade palestina em São Paulo e apoiadores fizeram na manhã deste domingo (15) um ato na Avenida Paulista, na região central da capital. Com um pequeno carro de som, faixas e cartazes, o protesto pediu que Israel interrompa os bombardeios e ataques à Faixa de Gaza.
Salsabil Tag Eldin está há 9 anos no Brasil e trabalha como intérprete, auxiliando pessoas de língua árabe nos trâmites burocráticos de visto e refúgio. Ela saiu da Palestina “por causa da guerra, para uma vida melhor, que a gente consiga estudar e trabalhar”.
Ela mantém contato com famílias que estão passando dificuldades em Gaza. Uma dessas amigas também mora no Brasil, mas viajou com os dois filhos para visitar a família do marido, que ainda vive na região. “Estou falando com ela todos os dias, mas ela está sem internet, sem água, sem luz, sem nada. Eu mandei uma mensagem e ela só recebeu 24 horas depois”, conta.
Os relatos e informações que recebe do país de origem a tem deixado “muito triste”. “Quando eu vejo os vídeos, principalmente de crianças lá, eu começo a chorar. É muito difícil”, conta.
Rawa Alsagheer é coordenadora dos movimentos Dignidade para as Mulheres Palestinas e Caminho Palestino Revolucionário Alternativo. Vivendo no Brasil há 8 anos, ela se vê na obrigação de contar a versão dos palestinos sobre o conflito para o mundo. “Se a gente, palestinos da diáspora, não sairmos e colocarmos a realidade, que é o que os palestinos estão passando há 75 anos, quem vai fazer isso?”, diz,
Na visão dela, muitas das informações sobre a região chegam ao Brasil de maneira distorcida. “Forma falsa e manipulada para parecer que essa ocupação está se defendendo e nós somos terroristas. Nós estamos defendendo o nosso direito à terra e à existência”, enfatiza a militante.
Brasília
Em Brasília também foi realizado neste domingo, no Eixão, um ato pró-Palestina. Os participantes debateram o conflito sob a perspectiva do sofrimento da população palestina tanto hoje como ao longo das décadas de disputa de território com Israel.
Fonte: EBC GERAL


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.