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Turistas se preparam para virada do ano em Copacabana
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Milhares de turistas já aguardam com ansiedade a chegada do réveillon em Copacabana. Depois de dois anos sem shows na beira da praia, finalmente a festa contará com palcos onde se apresentarão artistas consagrados. Apesar do tempo nublado desta quinta-feira (29), o programa dos visitantes era passear pelo calçadão da orla e garantir fotos em frente ao palco principal.
“Viemos para ver o réveillon do Rio do Janeiro e principalmente o Zeca Pagodinho. É a primeira vez nossa aqui no Rio. Graças a Deus nós vamos poder contemplar essa loucura, essa felicidade”, disse Vanderlei Augusto, que veio de Porto Alegre, juntamente com a esposa, Vera Prates: “Esta cidade é maravilhosa mesmo. Não vejo a hora de ver os shows. Está ficando muito bonito o palco. Vai ser espetacular mesmo”, disse Vera, que é escritora.
O palco principal foi montado na areia, em frente ao hotel Copacabana Palace, de onde os artistas chegarão, através de uma passarela provisória especialmente construída sobre a Avenida Atlântica. Além de Zeca Pagodinho, está prevista a apresentação de Iza, Alexandre Pires e bateria da Grande Rio. Em outro palco, em frente à Rua Santa Clara, as atrações serão: Mart’nália, Bala Desejo, Gilsons, Preta Gil, bateria da Beija-Flor e DJs.
Alguns turistas destacavam o desejo de uma passagem de ano em alto astral, para apagar os momentos difíceis dos últimos anos, com crise econômica e covid-19. “A expectativa é boa, uma data especial, depois da covid. A gente espera que seja um ano de muitas bênçãos para todo mundo. Esperamos que seja um ano melhor”, disse o paulista Alan Alves de Lima, que veio ao Rio junto com o marido, Kleber Roberto Moreno. “Que seja um ano de muitas conquistas e vitórias, repleto de realizações, tudo o que a gente não conseguiu viver nessa pandemia, ficando dentro de casa, com muitas perdas. Foram anos difíceis e pesados, mas graças a Deus estamos aqui”, disse Kleber.
Enquanto os turistas se preocupavam unicamente em conhecer a praia e garantir boas fotos para as redes sociais, outros queriam mesmo era ganhar algum dinheiro, vendendo produtos aos visitantes, como Vander Amorim, que comercializa camisas de futebol. Em média, ele vende quatro camisas por dia, o que garante um lucro de R$ 80.
“Eu estou precisando vender, até para poder comprar algumas coisas e fazer uma ceia lá em casa. Não tenho emprego fixo, trabalho aqui o ano todo. Mas eu tenho fé que esse ano vai ser melhor”, disse Vender, que tem quatro filhos e mora em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Edição: Lílian Beraldo
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.