BRASIL
Vestígios históricos são encontrados na restauração do Museu Nacional
BRASIL
Partes da estrutura de uma antiga capela, vestígios de pisos e calçamentos que ligavam o pátio principal ao Jardim das Princesas, um antigo fogão e frascos de vidro estão entre os artefatos revelados durante a obra de restauração do Palácio de São Cristóvão, sede do Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio de Janeiro.
O prédio histórico e seu acervo foram consumidos por um incêndio em 2018 e a obra de restauração da fachada foi entregue no mês passado. O cronograma de obras segue até 2027, quando a reforma deverá ser concluída e o museu completamente reaberto.
O trabalho de monitoramento, prospecção e resgate arqueológico, que revelam objetos relacionados ao cotidiano do palácio em diferentes momentos históricos, é feito por arqueólogos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), à qual o Museu é vinculado.
De acordo com o professor do Museu Nacional Marcos André Torres de Souza, coordenador das atividades, as escavações revelam os processos de transformação no edifício e os artefatos descartados, o que possibilita “desvendar e incorporar novos entendimentos sobre o nosso passado”.
“Esses achados têm o potencial de expor a arqueologia do Museu ao futuro visitante, permitindo tanto a exibição de estruturas arquitetônicas que estavam encobertas e que ajudam a contar a rica história do edifício que abrigou a Família Real e Imperial, quanto a recuperação de artefatos que contam a história das pessoas que viveram e trabalharam nas suas dependências.”
O professor explica que a abordagem arqueológica definida pelo projeto busca revelar informações sobre o cotidiano dos diferentes grupos sociais que viveram e trabalharam no Palácio, além da família real, dentro do campo da arqueologia histórica.
Segundo o Museu Nacional, as atividades são permanentes e desenvolvidas em parceria com o Projeto Museu Nacional Vive e o Comitê Curatorial para as futuras exposições da instituição.
Semana de Arqueologia
Começou hoje e prossegue até sexta-feira (21) a 1ª Semana de Arqueologia Histórica do Museu Nacional/UFRJ, com mesas-redondas e divulgação de pesquisas científicas no campo, incluindo o projeto de monitoramento e resgate arqueológico no Palácio de São Cristóvão.
Os participantes poderão ver painéis informativos, fotografias e participar de uma experiência de realidade aumentada. O evento ocorre no Auditório do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), no Centro do Rio de Janeiro. As inscrições já se encerraram.
A arqueologia histórica envolve temas relacionados a um amplo espectro temporal e dialoga com processos de abrangência global, como a Diáspora Africana e Era das Grandes Navegações europeias.
Segundo o Laboratório de Arqueologia Histórica do Museu Nacional, a área trata de fenômenos como o colonialismo, a industrialização, o capitalismo e a modernidade, “servindo de recurso para a criação de narrativas que colocam em perspectiva a história do povo brasileiro e oferecendo elementos críticos para o seu permanente processo de construção”.
Edição: Maria Claudia
Fonte: EBC Geral


BRASIL
Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
-
MATO GROSSO3 dias atrás
CONCEEL-EMT reforça orientações sobre a nova identificação das Unidades Consumidoras
-
MATO GROSSO2 dias atrás
Utilização de veículos como pagamento de imóveis se torna opção de mercado em Cuiabá
-
GERAL3 dias atrás
TNT Energy Drink acelera a expansão no universo do basquete com embalagens exclusivas temáticas da NBA no Brasil