Com a chegada do mês de outubro e fim do inverno 2023, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou o inverno mais quente de Cuiabá desde 1961, com mais de 70 dias de calor intenso durante a estação. A maior temperatura registrada na Capital foi 41,8°C, no dia 23 de agosto e 22 de setembro. Além disso, o mês de setembro foi o segundo mais quente em 62 anos, segundo dados históricos do Inmet.

Cuiabá registrou a temperatura máxima média em 38,8°C em setembro deste ano, enquanto o ano com maior máxima foi 2021, com 39,3°C.

O Inmet começou a registrar as medições da Capital no ano de 1961. Àquela época, setembro registrou a temperatura máxima média de 36°C. Todos os dados referentes à estação meteorológica de Cuiabá ficam salvos no banco do órgão. É possível acessar registros de temperaturas, chuvas, umidade relativa do ar, entre outros, de todos os anos.

No histórico de dados, foi possível identificar que a menor temperatura máxima registrado em um mês de setembro na baixada cuiabana foi no ano de 1990, com a marca de 31,5°C. Já no ano passado, 2022, os termômetros atingiram a média de 36,2°C.

Uma das explicações para o recorde do calor neste ano se dá por conta do fenômeno El Niño, que tem como principal característica o aquecimento anômalo e persistente da temperatura da superfície do mar na região do Oceano Pacífico Equatorial.

Segundo o Inmet, o fenômeno altera os padrões de circulação atmosférica (ventos), transporte de umidade, temperatura e chuvas, em particular em regiões tropicais. No Centro-Oeste, uma das principais consequências provocadas é o aumento da probabilidade de queimadas durante o período seco, principalmente no inverno e início da primavera.

As previsões dos modelos climáticos globais indicam mais de 90% de probabilidade de que o El Niño continue a se manifestar pelo menos até o final do ano.

Além do fenômeno natural, o Brasil foi atingido por uma onda de calor no mês de setembro, com duração acima de cinco dias. As temperaturas máximas ultrapassaram 40°C em alguns municípios do centro-norte do Brasil, com anomalias positivas de temperatura máxima e mínima, isto é, temperaturas maiores que a média climatológica (média histórica) e acima de 1,5°C.

Este cenário pode ser resultado dos primeiros reflexos do El Niño em pleno inverno, aliados aos efeitos do aquecimento global. Desta forma, é possível dizer que recordes e mudanças no padrão climático serão cada vez mais frequentes em diversas partes do território brasileiro.

Para o último trimestre do ano, a previsão do Inmet indica maior probabilidade de chuva abaixo da faixa normal na região central do Brasil, incluindo Mato Grosso. Além disso, as temperaturas devem continuar com valores acima da faixa normal.