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Empresa que faturou R$ 3,7 mi na Saúde de Cuiabá funciona em quitinete; foto
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PC relata que local não é adequado para organização que movimentou grande quantia de dinheiro em apenas 3 anos
A empresa Lume Divinum Comércio e Serviços de Informática, principal alvo da Operação Athena, deflagrada nesta terça-feira (17) pela Delegacia Especializada de Combate a Corrupção (Deccor) faturou mais de R$ 3,7 milhões entre os anos de 2021 e 2024 junto à Empresa Cuiabana de Saúde Pública. Apesar de movimentar esta quantia considerável de dinheiro, a empresa possui instalações modestas, funcionando numa quitinete localizada no bairro Jardim Leblon, em Cuiabá.
Relatório da investigação mostra toda a origem da empresa. Ela foi criada em 2013, tendo como sócio Selberty Artênio Curinga Picinatto, no enquadramento de microempresa.
Inicialmente, tinha como endereço o bairro Cohab Santa Isabel e o capital social era de modestos R$ 5 mil.
Em 2019, houve a inclusão de um sócio na empresa e a mudança de endereço para o bairro Pedregal, na residência de Selberty Artênio Curinga Picinatto. “Mesmo com a inclusão do novo sócio, insta salientar que Selberty Artênio Curinga Picinatto continuou, expressamente, como administrador exclusivo da empresa”, diz o relatório.
A residência do empresário e o local de funcionamento da empresa eram de propriedades do sogro do investigado. Em abril de 2023, quando a empresa já havia faturado mais de R$ 3 milhões dos cofres do município, ela mudou novamente o endereço.
Porém, ao invés de transferir-se para um local de melhor estrutura, mudou-se para uma quitinete, cujo conjunto também é de propriedade do sogro de Selberty Artênio. No local, não há nenhuma referência à existência de uma empresa de tecnologia, que fornece programas de CFTV (Circuito Fechado de Televisão) para unidades hospitalares da Capital.
“A equipe de investigação constatou que, embora não exista nenhum emblema, logotipo ou letreiro com informações da empresa, há relatos dos vizinhos de que, de fato, está em funcionamento no referido endereço empresa administrada por Selberty Artênio”, pondera o relatório.
Mesmo com vizinhos confirmando o funcionamento e empresa no local, a Polícia Civil destaca a falta de estrutura da Lume Divinum, responsável por faturar milhões dos cofres púlicos.
“Importa ressaltarmos que as investigações denotam que a empresa Lume Divinum jamais funcionou em local comercial, e que, na verdade, trata-se de uma pequena empresa, sem espaço físico aberto ao público ou comércio, o que corrobora para o estranhamento quanto os critérios de escolha de tal empresa para uma contratação direta milionária, sem o devido processo licitatório, perante a Administração Pública Municipal”, finaliza.
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