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Leia na íntegra o discurso de Beto Simonetti na abertura do Ano Judiciário

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Leia abaixo, na íntegra, o discurso do presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti, na abertura do Ano Judiciário, nesta quarta-feira (1º/2).

“Excelentíssimas ministras e excelentíssimos ministros,

Senhoras e senhores,

Trago a esta sessão de abertura do Ano Judiciário a saudação de 1 milhão e 300 mil advogados e advogadas do Brasil.

Zelamos pelas liberdades e garantias individuais, como a ampla defesa e o acesso à Justiça, que são primados do Estado Democrático de Direito.

A defesa desses valores nos motiva a atuar contra os atos violentos e antidemocráticos que tentaram enfraquecer as instituições da República e a Constituição Federal.

Dizemos “Sim” às divergências e ao debate de ideias.

Dizemos “Não” à depredação, à ameaça e à tentativa de colocar fim à democracia.

O Brasil conviveu, em diferentes momentos, com o julgo e a espada do autoritarismo.

Nesses momentos, que ficaram no passado, o país contou com integrantes do sistema de Justiça e da sociedade civil para sustentarem as esperanças de democracia.

Hoje, vivemos o mais longevo período democrático da história.

A democracia persiste!

Em momentos-chave, grandes nomes da advocacia e diligentes magistrados deste Tribunal desempenharam relevante papel de resistência.

Devemos as garantias de direitos individuais e coletivos, em boa parte, a essas pessoas, a essas instituições civis e ao STF.

Devemos honrar esta Casa, senhoras e senhores, estando em alerta para que o STF possa seguir com sua missão de ser o guardião da Constituição Cidadã.

A soberania do povo brasileiro, manifesta por meio do voto direto, secreto, universal e periódico, não pode ser relativizada, nem tampouco tutelada. Ela é inegociável.

Por muitas vezes, o Supremo Tribunal Federal foi o cenário de conquistas para o povo brasileiro. No 8 de janeiro, no entanto, o STF foi alvo de inaceitável ataque.

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A resposta uníssona do Judiciário, do Executivo e do Legislativo foi combater os ataques com o fortalecimento da democracia.

Por ironia, é o Estado Democrático de Direito que, hoje, garante o direito de ampla defesa para aqueles que o repudiaram.

Cumprindo sua missão constitucional, a OAB tem acompanhado o desenrolar dos processos, para cobrar a responsabilização dos culpados e também, sempre, o respeito ao devido processo legal, ao contraditório e às prerrogativas da advocacia.

Sem essas garantias, o Estado de Direito não prevalece.

Não importa quem é o denunciado ou qual é a acusação. Todos são iguais perante a lei e devem ter acesso ao devido processo legal.

O texto que vou ler a seguir, excelentíssima ministra Rosa Weber, é assinado pela Ordem dos Advogados do Brasil e mais de trezentas outras instituições civis.

O texto tem ainda o apoio do Fórum de Governadores, que aderiu ao manifesto com apoio de todos seus integrantes.

Os signatários têm diferentes visões de mundo e opiniões diversas. Mas nosso Norte é o fortalecimento democrático. 

Peço licença, excelentíssimas ministras e excelentíssimos ministros, para ler o manifesto, que também foi subscrito, para nossa honra, pelo relator da Constituinte e ex-presidente da OAB Bernardo Cabral.

O texto é intitulado: 

“Manifesto em apoio ao Estado Democrático de Direito

Os representantes da sociedade civil que subscrevem o presente Manifesto vêm a público reafirmar seu apoio incondicional ao Estado Democrático de Direito e à Constituição. Nesse contexto, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem exercido papel fundamental para a consolidação da democracia e para a efetivação dos princípios e garantias dos cidadãos brasileiros. É preciso defender e preservar o STF como instituição vital para a democracia no Brasil.

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As liberdades de expressão e de crítica estão entre os valores mais caros ao Estado de Direito. Divergências ideológicas e de opinião são próprias da democracia e devem ter vez no debate público, mas não se confundem com os intoleráveis ataques violentos que põem em risco a própria democracia. Não há uma liberdade para cometer crimes e não é possível tolerar atos que atentem contra a democracia e a própria liberdade. 

Em tempos de agressões reiteradas às instituições e da tentativa sistemática de fragilizar a democracia brasileira, que se materializaram nos atos violentos de 8 de janeiro, é urgente uma união nacional, tendo como norte o fortalecimento do regime democrático. Para isso, é essencial a defesa do STF e de suas competências constitucionais, com o respeito ao devido processo legal, à ampla defesa e à presunção de inocência. 

É preciso rechaçar os retrocessos e os ataques contra o Estado Democrático de Direito. É chegada a hora de pacificação da sociedade e da união de todos em prol da construção de uma sociedade livre, justa, fraterna e solidária.”

Senhoras e senhores, a abertura do Ano Judiciário cumpre com o papel histórico de reforçar a prevalência do Estado Democrático de Direito.

Aqui estamos, no Plenário do STF, reconstruído e persistente, assim como a democracia em nosso país.

Cabe lembrar de ensinamentos de Ulysses Guimarães sobre o que constitui uma grande nação: “Liberdade, Soberania e Justiça”.

As entidades que assinam o manifesto têm um compromisso fundamental com a pacificação social e com a democracia. Todos nós somos a democracia brasileira.

Este é o nosso lugar na história.

Muito obrigado”.

Fonte: OAB Nacional

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CNJ identifica ‘esquema organizado de venda de decisões’ envolvendo desembargador e Zampieri

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A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável por administrar e fiscalizar o Poder Judiciário, recebeu o desembargador Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, levantando suspeitas de venda de decisões judiciais e pagamentos realizados via PIX e até em barras de ouro. Sebastião de Moraes Filho foi afastado de suas funções em agosto enquanto o CNJ investiga a possibilidade de ele ter recebido propinas em troca de decisões.

O caso também é alvo de um inquérito criminal e foi considerado de tal gravidade que o ministro Luís Felipe Salomão, então corregedor do CNJ, levou a questão ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do conselho, para uma solução em conjunto. “Evidenciam-se elementos suficientes para recomendar o afastamento do magistrado, na medida em que não é possível que o desembargador permaneça em atuação em unidade tão sensível, como é um gabinete de segundo grau de câmara de direito privado”, diz um trecho da decisão , referendada pelo plenário do CNJ.

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Conversas obtidas no celular do advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023, na porta de seu escritório em Cuiabá, colocaram o desembargador na mira do CNJ. Ao todo, eles trocaram 768 mensagens entre 14 de junho de 2023 e 5 de dezembro de 2023, revelando uma relação próxima, com trocas sobre futebol e viagens, além de livre acesso ao gabinete do desembargador.

As mensagens também indicam a influência do advogado no trabalho do magistrado e o pagamento de propinas para decisões desenvolvidas aos clientes de Zampieri. Em uma das conversas, o advogado afirma que “o Pix está errado, estornou o valor”. “Tente mandar o Pix correto que faço agora”, acrescenta.

Cinco dias depois, informa que “o pagamento da sobrinha foi feito”, anexa um comprovante de transferência de R$ 10 mil e solicita o adiamento de um julgamento. Em outubro, Zampieri menciona ter alcançado “um contrato muito bom para o Mauro” e continua: “O senhor vai ficar feliz com o contrato que consegui para ele”. Mauro, segunda suspeita do CNJ, é o advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes, filho do desembargador. Em outra mensagem, o advogado envia ao magistrado uma imagem de duas barras de ouro, de 400 gramas, que foram usadas como pagamento de propinas.

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